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G0ys: Homens que gostam de homens mas preferem não ser chamados de gays

Beijam outros homens, expressam afecto por outros homens, masturbam-se juntos, fazem sexo oral, mas não são gays. Então são o quê? A resposta é: São g0ys. Os g0ys (também pode ser escrito goys) são uma nova “facção” de indivíduos do sexo masculino que estabelecem laços/contactos de teor afectivo e/ou sexual com outros homens mas que, por apenas não fazerem sexo anal e terem uma postura dita masculina recusam o rótulo do gay.

Existe já mesmo uma bandeira e o seu lema é “Love, Trust, Respect, Discretion, Masculinity” (Amor, Confiança, Respeito, Descrição, Masculinidade)

Este movimento, com origem nos EUA, fomenta uma forma estrita e ancestral de viver as relações homoafectivas. Para facilitar a vida ao leitor, passo a enumerar os princípios basilares deste movimento: 1 - Apreço e preservação de uma postura de masculinidade; 2 -Recusa do sexo anal (seja ele com homens ou mulheres); 3 - Recusa do rótulo ou pertença à cultura gay.

Embora esta comunidade tenha sido fundada sobretudo por “heterossexuais” que apreciam homens com uma postura masculina, fazem parte dele também bissexuais e homossexuais. Em comum, todos os goys defendem um papel diferencial da figura feminina e masculina na sociedade. Tal assumpção leva-os, por consequência, a considerar as relações homossexuais forçosamente diferentes das relações heterossexuais e, portanto, consideram que o casamento entre pessoas do mesmo sexo possa existir mas noutros moldes. Citando as palavras de um goy homossexual (cuja a entrevista pode ser consultada aqui) “Eu posso sim considerar um relacionamento com outro homem, mas não nos moldes do casamento heterossexual… Casamento é associado a casal e também a acasalamento. Dois goys não poderiam ser considerados um casal, homem e mulher, tão pouco acasalarem”.

O aparecimento deste movimento criou uma grande celeuma na comunidade LGBT, nomeadamente entre os gays. Muitos são aqueles que questionam a autenticidade e da honestidade deste tipo de postura. Perguntas como: Terão os goys problemas em aceitar os seus desejos? Serão gays recalcados?

Trata-se de machismo e de uma fuga a opressão social sobre os homossexuais?; invadem o pensamento daqueles que rejeitam este novo rótulo bem como o caracter homofóbico e misógino deste.

Em todo o caso, este movimento revela a diversidade associada aos desejos humanos e, assim sendo, corrobora os trabalhos de Alfred Kinsey. Alfred Kinsey estudou o comportamento sexual dos seres humanos, nos anos 40 e 50, concluindo que a esmagadora maioria da população tem desejos por contactos afectivos ou sexuais com ambos os sexos (para mais informações clique aqui). Para além disso, Kinsey salientou que, no que diz respeito à sexualidade e aos desejos associados, não há uma única pessoa que seja igual a outra e o que é realmente pouco frequente são os opostos, ou seja, ser estritamente homossexual ou heterossexual. Existe mesmo um filme baseado na vida e obra de Alfred Kinsey que dá um grande enfoque à temática da sexualidade humana. Mais recentemente, a revista Attitude noticiou um estudo (que novamente demonstra a dificuldade em estabelecer rótulos nas pessoas) que avançou o seguinte: 93% dos homens heterossexuais já trocaram caricias com outro homem. Serão os estritamente homo ou heterossexuais os casos raros? Estará a nossa sociedade pronta para aceitar a hipótese de Kinsey? Ou a sociedade não está pura e simplesmente preparada para a diversidade intraespecífica humana?

 

César Monteiro

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