GAT é coagido a interromper distribuição de material para consumo fumado de cocaína crack
Em comunicado, o GAT (Grupo de Ativistas em Tratamento) expõe o facto de a entidade ter sido forçada a interromper a distribuição de material para consumo fumado de cocaína crack.
"Depois de a factura de 2022 ter superado os 20 mil euros e volvidos 10 anos de activismo em torno dos cachimbos, o GAT teve que tomar a decisão de interromper a compra e distribuição deste material, com prejuízo para as pessoas que utilizam os serviços", afirma Luís Mendão, fundador da organização sem fins lucrativos.
A associação acrescenta ainda que "é a última tentativa de apelar às entidades responsáveis para a resolução de um problema que é o do financiamento público de materiais para consumo fumado mais seguro, que estamos convictos que é uma das respostas essenciais e de primeira linha ao consumo problemático em Portugal".
Desde 2012, com a abertura do serviço GAT IN-Mouraria, o Grupo investiu continuadamente em cachimbos, material para consumo fumado de cocaína crack. “A distribuição de material de consumo mais seguro é reconhecida como sendo uma estratégia eficaz de chegar a populações marginalizadas e de promover a sua ligação e adesão aos serviços, bem como para prevenir infecções bacterianas e por hepatite C”, diz Luís Mendão.
O consumo fumado de crack é hoje muito mais prevalente do que o de heroína injectada, que caracterizou o fenómeno do consumo problemático no passado.
Segundo Luís Mendão, “quando o GAT tomou a iniciativa de distribuir cachimbos, fê-lo na perspectiva de documentar o seu benefício e de advogar pela necessidade de obter financiamento público por parte do Estado”, através do SICAD, Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências.
Jéssica Vassalo