dezanove: Como e há quanto tempo se conheceram? Assinalam de alguma forma a data desse aniversário?  

Hugo e Bruno: Conhecemo-nos através da blogosfera há cerca de dez anos. A troca de comentários nos posts dos blogues passou a partilha de momentos fora dos ecrãs dos computadores acabando por se formar uma boa amizade. Como foi uma aproximação gradual, não temos uma data em concreto para celebrar.

O que vos fez apaixonar?  

Desde o início que nos fomos deparando com várias coincidências na nossa vida, mas andámos muito tempo desalinhados e talvez um pouco em negação. Apesar de muitas confusões que foram surgindo, a amizade foi resistindo e mesmo com muitas discussões numa fase inicial, os pontos em comum foram-se solidificando até que deixou de fazer sentido sermos apenas amigos. Temos uma visão muito semelhante do mundo, e abordagens diferentes mas que se complementam nos contratempos que vão acontecendo. Caindo no cliché, completamo-nos mutuamente e sentimos que somos uma equipa vencedora.

Como é a vossa relação com familiares e amigos?  

Com familiares a relação é levada com naturalidade, com os tradicionais almoços e convívios de Domingo, onde habitualmente vamos os dois sem qualquer problema. O mesmo acontece com os amigos, que convivem connosco como casal sem nenhum desconforto.

Como vêem a vossa relação daqui a um ano?

Os nossos planos são feitos a longo prazo. Já ultrapassámos a fase de pensar "daqui a um ano". A resposta simples é que vemos a nossa relação exactamente igual, e isso é uma coisa boa. Talvez já com a MUCH a vingar no mundo da roupa interior!

Já foram alvo de algum episódio de homofobia? Como lidaram com isso?  

Não experienciámos (ainda) nenhum tipo de discriminação, e até durante o processo de preparação para o casamento fomos surpreendidos com um sentimento geral de "normalidade" em todos os momentos em que nos apresentámos como casal.

Na vossa opinião o que faz falta a Portugal no que respeita à igualdade para pessoas LGBT?  

Foram já dados passos importantes nos últimos anos mas há claro ainda muito a fazer, nomeadamente em todas as questões associadas à parentalidade que precisam de ser urgentemente resolvidas. É quase inacreditável que alguns cidadãos continuem a ser privados de direitos fundamentais, muitas vezes apenas por questões preconceituosas ou de orientação política pouco compreensível.

O que vão fazer no Dia dos Namorados?  

Não temos por hábito celebrar o dia mas, contrariamente ao que é habitual, este ano vamos dar um pulo à Lesboa Party (talvez por pura coincidência de datas na verdade).