Igualdade: Uma criança de 10 anos que dá lições a muitos adultos (com vídeo)
Francisco tem apenas 10 anos e o seu discurso na última marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto foi arrebatador.
Não é a primeira vez que o filho de Marília Fernandes, uma activista na área da educação sexual foi à marcha. Aliás “tem ido a todas as marchas do Porto desde que nasceu”, comenta ao dezanove.pt, a activista que esteve ligada durante bastante tempo ao grupo SEQSO (Somos Estudantes e Queremos uma Sexualidade sem Opressões). Marília explica que, desde muito novo, o Francisco é defensor da igualdade. Ainda recentemente esteve na primeira marcha do Orgulho LGBTI em Aveiro.
E como é que Francisco chega acima do palco dos discursos destinado às associações e colectivos que organizam a Marcha?
Nem a mãe sabe exactamente. “Em Aveiro estava a falar com uma colega e, de repente, reconheço uma voz, olho e ele estava a falar para a multidão. Como gostou, no Porto, pediu à organização para dizer uma coisa e foi para cima daquela carrinha de caixa aberta. Ele é assim espontâneo. Perguntaram se havia alguém que quisesse usar da palavra e ele foi…” sorri a mãe.
Com uma inteligência acima da média e uma relação fraternal bem forte Francisco discursou e foi aplaudido efusivamente variadas vezes pelas pessoas. Lia, a irmã 5 anos mais nova, abraçou-o de forma ternurenta também várias vezes.
“Acima de tudo o meu desejo é o fim da discriminação. Se crescermos de 5 mil, para 10 mil, para 15 mil vamos derrotar a discriminação. É o que eu penso. Todos nós aqui queremos um mundo sem racismo, sem homofobia sem bifobia, sem transfobia… porque somos todos iguais. Temos todos os mesmos deveres e os mesmos direitos. […] Temos de saber respeitar as diferenças uns dos outros.”
Francisco fechou os discursos da 14ª Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto e renovou a esperança numa nova geração por parte daqueles que assistiram ao vivo aqueles 5 minutos inspiradores no Largo do Amor de Perdição. Se umas semanas antes em Aveiro, Lurdes e Preciosa nos mostraram que para ser activista não há limite de idade, no Porto, o pequeno Francisco prova que ser activista não obedece a uma idade mínima.
“Resumindo, queremos um mundo colorido e sem discriminação.” Francisco Salabert, de 10 anos, dixit e nós não só concordamos como partilhamos a sua história.
Paulo Monteiro