ILGA Portugal decide fechar Centro LGBT por razões de segurança
O Centro LGBT acaba de fechar portas. O espaço localizado na Rua de S. Lázaro, em Lisboa, servia, desde 1997, para iniciativas de defesa e promoção dos direitos das pessoas LGBT.
“Após oito anos de contactos e alertas sistemáticos à Câmara Municipal de Lisboa, que detém o prédio que albergava o Centro LGBT, a degradação progressiva do edifício, agravada por sucessivas ocupações e inundações, levou, entre outros problemas graves, ao desabamento de várias zonas do tecto. De acordo com o relatório dos bombeiros, manter o Centro em funcionamento significaria um risco de segurança, pelo que a única solução é o encerramento” pode ler-se no comunicado divulgado pela associação ILGA – Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero.
O espaço foi cedido às associações LGBT durante o mandado do então Presidente da Câmara João Soares. Tem sido a sede de várias associações LGBT, como a ILGA Portugal, Clube Safo ou rede ex aequo que agora ficam sem um espaço físico oficial.
As muitas acções permanentes que tinham lugar no anteriormente designado Centro Comunitário Gay e Lésbico de Lisboa, asseguradas por equipas de voluntariado e algumas com carácter de serviço público – entre outras, a linha de aconselhamento telefónico, Serviço de Aconselhamento Psicológico, Centro de Documentação Gonçalo Diniz, Departamento Jurídico, Serviço de Integração Social, encontros dos diversos grupos de interesse para troca de experiências e empoderamento, nomeadamente, de pessoas transexuais – ficam assim comprometidas. Também sem casa ficam, para já, as várias actividades esporádicas que marcavam a agenda gay, como a Feira do Livro, as actuações do recém-nascido Grupo de Teatro da ILGA Portugal, ou as muitas festas, mais ou menos temáticas, que lá aconteciam.
Em Maio de 2012 o Centro LGBT esteve encerrado na sequência de uma inundação provocada por uma mediática ocupação.
O Centro funcionava na zona do Martim Moniz, na Rua de São Lázaro, em Lisboa, sendo o único espaço com esta natureza em todo o país.
Mónica Guerreiro