ILGA recebeu 188 denúncias. Fica a conhecer a realidade da discriminação e da violência
A ILGA Portugal recebeu, em 2017, 188 denúncias através do Observatório da Discriminação.
Os dados constam do relatório "Homofobia e Transfobia: dados da discriminação em Portugal 2017", segundo o qual o Observatório da Discriminação recebeu 188 denúncias, mais nove do que em 2016, o que "pode reflectir uma ligeira tendência de aumento da consciência do fenómeno da discriminação em função da orientação sexual, identidade e expressão de género ou características sexuais em Portugal", destaca a Lusa, que avançou com os dados.
Quando analisados todos os casos de discriminação, os dados mostram que maioritariamente (39,3%) correspondem a insultos ou ameaças verbais ou escritas, logo seguido dos casos de violência doméstica (15,6%). A idade média das vítimas situou-se nos 29 anos. As motivações variam entre a homofobia (59,51%), homofobia e transfobia em simultâneo (14,11%) e transfobia (9,82%).
Foram registados 45 crimes e 39 incidentes motivados pelo ódio contra pessoas LGBTI, entre dois casos de violência física extrema, três ocorrências de agressão sexual, quatro agressões, dois casos de dano de propriedade ou 21 situações de ameaça ou violência psicológica.
No que diz respeito à relação entre vítima e agressor, na maior parte dos casos (37,11%) é desconhecida, mas em 10% das situações os agressores são o pai ou a mãe da vítima e em 9,43% dos casos trata-se do companheiro/a ou cônjuge.
Os dados do Observatório mostram que quase 25% dos casos de discriminação denunciados ocorreram em casa, face aos 7,45% de situações reportadas em 2016. Para a ILGA, este pode ser um indicador de como a violência doméstica tem uma "alta representatividade". A seguir ao meio doméstico, é a contexto online que suscita mais denúncias (23,12%).