Incidentes marcam Pride de Istambul (com vídeo)
No mesmo fim-de-semana em que se comemoravam os 46 anos de Stonewall, e apesar dos avanços históricos nos Estados Unidos da América e em Portugal, em Istambul, na Turquia, viviam-se momentos de repressão. A zona circundante à praça Taksim voltou a ser o palco das reivindicações e dos confrontos depois do uso desporporcional da força policial com recurso a jactos de água, gás lacrimogénio e balas de borracha, que foram usados contra os defensores dos Direitos LGBT.
A 13ª edição da Marcha do Orgulho da capital turca, que pretendia ser um evento pacífico, foi assim brutalmente impedida de se realizar.
Embora mal vistas por vários sectores conservadores do mundo muçulmano, as anteriores edições da marcha foram realizadas sem este historial de violência. Entre as razões que originaram o confronto deste Domingo estão a ser apontadas a coincidência deste evento com o período sagrado do Ramadão, bem como a entoação de palavras de ordem contra o actual Presidente Recep Tayyip Erdogan acusando-o de "fascista".
Activistas LGBT turcos acusam o governador de Istambul de ter proibido a marcha à última da hora invocando o Ramadão. No entanto, já em 2014 o protesto pela defesa dos direitos as pessoas LGBT coincidiu com este período religioso e decorreu sem incidentes para os cerca de 100 mil participantes.
A homossexualidade não é considerada um crime neste país de maioria muçulmana, ao contrário dos restantes países muçulmanos, no entanto, a homofobia e transfobia são latentes.
Fotos de Adam Puskar