Inclusão pessoas trans no rastreio do colo do útero
A ministra da Juventude e Modernização do governo português anunciou, no passado dia 10, que os rastreios para o cancro do colo do útero vão passar a incluir pessoas trans com nome masculino, mas que possuam este órgão.
No âmbito da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, Margarida Balseiro Lopes disse estar a trabalhar com o Ministério da Saúde para incluir “no sistema de rastreio de base populacional do cancro do colo do útero as pessoas registadas com nome masculino, mas com útero”.
A intenção é que ainda este ano as pessoas trans que possuam útero também tenham o direito de serem rastreadas para despiste da doença oncológica.
Em Portugal surgem cerca de 950 novos casos de cancro do colo do útero todos os anos. A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) é hoje considerada o segundo carginógeno mais importante, logo a seguir ao tabaco. No geral, representa 5% dos cancros diagnosticados.
O cancro do colo do útero tem sempre na sua origem a chamada infecção pelo HPV de alto risco. Este vírus transmite-se facilmente, por simples contacto sexual. É uma infecção muito frequente, pelo que, a prevenção do cancro do colo do útero passa pela vacinação profilática contra o HPV, realização de citologias de controlo, utilização do preservativo, evitar o tabaco e ter uma alimentação equilibrada.
A inclusão nos rastreios das pessoas trans que possuem útero é uma medida mais do que necessária, justa, igualitária e que só peca por tardia.
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Pedro Marques