Apesar dos factos, a direcção então em funções “entendeu adoptar os actos e diligências necessárias para assegurar que a conduta do anterior presidente não colocava em causa a credibilidade do trabalho até então desenvolvido, garantindo a integral execução dos projectos em curso, bem como a continuidade da prestação de apoio às pessoas que deles beneficiam”.

No comunicado ainda agradecem “apesar de tudo” a Carlos Daniel Carreira enquanto presidente da direcção e seu cofundador “na perspectiva de valorizar o que de bem também deu à causa(…) No entanto, a gravidade da situação verificada torna exigível tornar pública a reprovação da conduta do anterior presidente da direcção, contrária aos valores éticos, morais e sociais da associação, bem como reafirmar que foram tomadas todas as diligencias necessárias à manutenção da integridade e bom nome da associação e do trabalho desenvolvido em prol de uma causa actual e necessária para que o nosso concelho se torne cada vez mais inclusivo.”.

No comunicado também refere que a publicação da carta de demissão e posterior adenda, na sua integra, tem como “objectivo de garantir a transparência necessária para que todo este processo fique concluído. Seguindo a mesma linha de actuação, informa-se a comunidade que estamos disponíveis para prestar informações adicionais.”

Carlos Daniel Carreira, na carta de demissão, afirma que “a decisão tomada, a bem da Associação, não é [foi] fácil mas é a necessária”, pois legitimamente perdeu “a confiança e credibilidade” que se deveu “indissociavelmente aos meus [seus] actos”. Assume também que não fugirá das suas responsabilidades “Sou total e isoladamente responsável pelos actos praticados. Actos esses que consistiram em utilização de dinheiros da IPA para proveito próprio”, assumindo também a reposição integral dos valores retirados ilegalmente. 

Consciente do que fez, refere que os seus actos “não são apenas criminais, são uma ofensa ao bom nome da Associação” e que esses “actos desonestos e que atraiçoaram a confiança que sempre, desde o primeiro dia, e antes dele, depositaram em mim”. Por fim, refere que se sente envergonhado pelas suas acções, pedindo desculpa e salientando orgulho em todo o trabalho conseguido e alcançado.

Recorde-se que a IPA está sediada em Torres Vedras é uma Associação LGBT+ e de defesa da Igualdade, tendo por princípio a luta contra a discriminação em função da orientação sexual, identidade e expressão de género e características sexuais.