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Já fomos ver “Looking: The Movie” e deixamos três avisos (com vídeo)

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A história é conhecida: o canal HBO quis fazer uma versão gay de “O Sexo e a Cidade” passada em São Francisco e deu-nos “Looking”. Apesar de as audiências nunca terem sido famosas, a série sobre as desventuras de três amigos pelo bairro Castro e arredores conquistou uma legião de fãs. Após a segunda temporada ser exibida no final de Março de 2015, foi anunciado o seu cancelamento.

 

Os fãs, criador, produtores, realizadores e argumentistas choramingaram por mais uma temporada para, pelo menos, encerrar a história, dando-lhe um final decente. O canal pago da cabo americana acedeu, mas propôs que se fizesse antes um filme, para ser exibido em televisão. Ei-lo. Foi exibido no HBO em Julho passado e encerra o Queer Lisboa no próximo Sábado, 24 de Setembro às 21h. No dia seguinte, passa às 22h no canal TVCine 2. “Looking: The Movie” (2016) conclui a história de três amigos gays em São Francisco que procuram a realização no amor.

Aviso 1: “Looking: The Movie” tem o final que os fãs queriam. Aviso 2: “Looking: The Movie” não tem o desenvolvimento que os fãs gostariam que tivesse. Aviso 3: “Looking: The Movie” é bastante razoável e pode ser visto por não seguidores.
Não é fácil pegar em algo querido pelo público e transformá-lo. Que o diga Jennifer Saunders, com o seu “Absolutely Fabulous: The Movie”. Andrew Haigh e Michael Lannan tiveram o mesmo problema: o primeiro realizou o filme, o segundo criou a série e ambos assinam o argumento desta versão longa da história.
A questão é bem mais profunda e complexa. “Looking”, a série, na procura de encontrar um lugar, sempre teve alguns problemas em encontrar o seu espaço no universo do HBO. Com 40 minutos nem era uma série cómica porque excedia os 20 a 30 minutos que caracterizam uma sitcom, nem era dramática pois não chegava aos 50/60 minutos. Para os americanos este facto é de grande importância. Com esta série, como com outras produções, a televisão tentou etiquetá-la. Mas a criação de Lannan não tinha etiquetas possíveis, nem queria ter amarras e grilhões. Quis ser livre, mas esbarrou-se com algo que os patrões do HBO não entendiam ainda: as séries podem ser como o sexo dos anos 10 do século XXI – lato, arriscado, sem medos.
A película limita-se a ser um filme romântico com um protagonista numa encruzilhada sem saber para onde deverá ir. A série concentrava-se em três amigos, o filme foca-se apenas num deles. A série abordava temáticas tão comuns como a frustração da chegada aos 40 anos sem se ter conquistado aquilo a que uma pessoa se auto-propõe, mas ao mesmo tempo tão distintas como o sexo na era da PPE e da PrEP, a seropositividade, a prostituição, etc.
A série procurou um espaço na televisão e encontrou-o no coração dos fãs. O filme procura agradar aos fãs e encontra-os num fim idilicamente belo. Esta comparação e contextualização serve para determinar o que a série era e o que o telefilme é.

 

Classificação: 3 estrelas em 5

 

Luís Veríssimo

 

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