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Nem na mata se encontram histórias assim

João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira trazem-nos Race d'Ep!

JPVNAF_Não é o homossexual que é perverso, mas

Pode ser vista até 23 de Outubro, em Lisboa, a nova exposição de João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira. 

"Race d’Ep!" significa pédéraste em verlain, rasdep, invertido na linguagem dos invertidos, ou apenas a inversão de pédé para ep. E o race semelhante à raça maldita de Proust, a de Sodoma e Gomorra. Em todo o caso, Race d’Ep! está aqui como paneleiro. Como o panasca que levou o Cesariny ao banco dos réus no julgamento da Natália.

Em Paris, perguntámos aos nossos amigos se a palavra ainda era usada. Poucos sabiam o que significava. Apenas a reconheciam os que tinham visto o filme com o mesmo nome.

Race d’Ep!, a obra documental de Lionel Soukaz e Guy Hocquenghem de 1979. Uma reconstituição cinematográfica das imagens da homossexualidade ao longo de um século, desde o cunho da própria palavra homossexual. Dos retratos feitos pelo Barão von Gloeden até ao final dos 70, com os engates nos urinóis públicos de Paris. Percorrendo um século de fotografia, o filme relata o extermínio dos homossexuais nos campos de concentração e o incêndio da biblioteca de Hirschfeld, sem, no entanto, antecipar o que viria a ser a fase mais conturbada do século para a comunidade LGBTQI – os primeiros casos de VIH, alguns anos depois, em 1981.

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A dupla foi convidada pela Stolen Books para apresentar um projeto para a ASS Book Fair no Palais de Tokyo, em Paris. Devido à pandemia, a feira foi cancelada. O projecto Race d’Ep! é agora apresentado na galeria da Stolen Books em Lisboa. No dia anterior à inauguração da exposição, foi exibido o filme “Race d’Ep!” de Lionel Soukaz e Guy Hocquenghem, Sessão Especial do QueerLisboa na Cinemateca Portuguesa.

As obras dos artistas portugueses podem ser encontradas na Stolen Books, Av. Estados Unidos da América, 105, Lisboa.