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Jovem casal faz sucesso no projecto fotográfico "Um Estranho por Dia"

Um Estranho Por Dia casal gay.jpg

Um pouco à semelhança de páginas no Facebook como Humans of New York, o projecto fotográfico português “Um Estranho por Dia” tem como por objectivo dar a conhecer anónimos através de uma lente fotográfica e de uma pequena história. Hoje foi a vez de Daniel e Ricardo.

Desde a sua criação, em Novembro de 2015, os quatro fotojornalistas autores do projecto, Miguel A. Lopes, Rui Soares, Rui Miguel Pedrosa e João Porfírio, já deram a conhecer mais de 170 pessoas. Este Sábado foi a vez de Daniel Santos e Ricardo Mateus, com 19 e 22 anos respectivamente. Em menos de 24 horas já é a fotografia com mais gostos de todas as publicadas pelos resposáveis do “Um Estranho por Dia”. À hora da publicação desta notícia ia em 1727 gostos e mais de cinco dezenas de partilhas. Para além da beleza da foto, a história de ambos também está a cativar os internautas, como passamos a citar:

“Nós temos noção que a nossa fotografia possa criar algum tipo de ‘alarido’ nas redes sociais mas nós somos felizes como somos e com quem estamos, e quem tinha de saber em ‘primeira mão’ da nossa orientação sexual e da nossa relação já sabe, por isso quem vier depois a saber é acessório.” 
A mãe, a avó e o irmão do Daniel já sabiam que ele era bissexual e quando contou que tinha um namorado a reacção foi ótima. A mesma reacção também se sucedeu quando contou ao pai, algum tempo depois. “O meu pai já sabia que era bissexual e quando lhe contei que tinha um namorado, na noite da passagem de ano, ele até nos convidou para irmos os dois para casa dele beber uns canecos”.
No caso do Ricardo não foi bem assim. Um dia, o pai confrontou-o com o facto de ainda não ter iniciado a sua vida junto de uma rapariga. Seguiu-se uma discussão e quando o Ricardo chegou perto da mãe, e esta o viu a chorar, perguntou-lhe o que se passava. 
“Não consegui dizer à minha mãe a palavra gay, só lhe disse que tinha um namorado, porque tinha bastante medo da reacção dela”. A mãe, em “choque”, pergunta-lhe se é esse o caminho que ele quer para a sua vida e ele responde, simples e de uma forma directa: “eu só não quero sofrer”. Tanto os pais do Daniel como os do Ricardo estão divorciados. O Daniel vive com a mãe e o Ricardo vivia com o pai, que apesar de não conseguir ainda aceitar o filho, nem a sua orientação sexual, diz que viver com mãe também não iria ajudar, fugindo logo ao assunto.
O Ricardo, entretanto, saiu da casa do pai e veio viver para Lisboa. Trabalha num hostel e como pagamento dão-lhe estadia. Há três meses que vive assim. “O meu pai quer que eu vá a um psiquiatra e a minha mãe nos primeiros meses associava muito a homossexualidade à SIDA.”
Na rua só por duas vezes é que receberam “bocas” de pessoas alheias, mas isso não os incomoda minimamente porque eles estão bem consigo mesmo e um com o outro.
Desde sempre que aceitaram o facto de gostarem de pessoas do mesmo sexo e dizem-me que havia pessoas que se preocupavam mais com isso do que eles próprios.” pode ler-se na página do Facebook Um Estranho por Dia.

 

Acompanha este projecto aqui: https://www.facebook.com/umestranhopordia

 

Paulo Monteiro

Foto: reprodução Facebook