Juventude do CDS da Madeira dá o exemplo no combate à discriminação e demarca-se do presidente da Juventude Popular
O Dia Mundial de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia vincou as diferenças entre a direcção da Juventude Popular e a Juventude Popular da Madeira. Os jovens do CDS do arquipélago tiveram de explicar ao presidente da JP, Francisco Mota (na foto), que o governo regional da Madeira e a juventude do partido têm já um historial de apoio às pessoas LGBT.
A Juventude Popular da Madeira assinalou o 17 de Maio no Facebook, com o logotipo com as cores do arco-íris. Os jovens do CDS Madeira recordaram nas redes sociais que a “Carta Personalista da Juventude Popular afirma com toda a veemência que 'todos os homens têm os mesmos direitos, sem discriminações'. Esta é a nossa base ideológica. A igualdade de direitos e deveres entre todos os cidadãos sem qualquer distinção! Somos sempre contra qualquer tipo de discriminação”.
Várias pessoas, que se identificaram nas redes sociais como militantes do CDS e da JP, manifestaram o seu desagrado pela mensagem.
Esta segunda-feira, 18 de Maio, a Juventude Popular da Madeira revelou nas redes sociais que, “após conversa com o Presidente da Juventude Popular, Francisco Mota”, este demostrou estar “completamente em desacordo com esta posição não sendo esta a posição de todo da Juventude Popular”.
No mesmo esclarecimento, a Juventude Popular da Madeira relembra que é uma estrutura regional que goza de autonomia estatutária. Mas há mais: a Juventude Popular da Madeira aprovou no último congresso regional uma moção de estratégia global que aludia à necessidade de combater a discriminação e preconceito que a comunidade LGBT, principalmente os mais jovens. O grupo considera que a Madeira tem “sofrido uma enorme transformação cultural nesta área” e o Governo Regional, que resulta de uma coligação PSD-CDS, “tem feito esforços para promover a Madeira como um destino gay-friendly e promover, com o apoio das associações relacionadas, uma real inclusão de todos os Madeirenses incluindo também a comunidade LGBT. Um exemplo desse esforço é o projecto do Centro Comunitário que as associações Rede Ex Aequo e Opus Gay estão a desenvolver com o apoio financeiro do Governo Regional da Madeira”.
A Juventude Popular da Madeira considera que segue a transformação da própria região ao longo dos últimos anos. “A estrutura é composta por jovens da Madeira e por isso a sua transformação programática tem relação directa com a transformação do comportamento e pensamento da sociedade em que se inserem. Diferentes regiões, locais e países têm culturas próprias diferentes que influenciam normalmente o nosso pensamento e comportamento colectivo”. Mesmo assim, os jovens do CDS Madeira relembram que a “posição tomada pela Juventude Popular da Madeira não pode nunca vincular outras estruturas que não a si própria visto que os meios e realidades onde cada qual se insere são objectivamente diferentes”.