Kendrick Lamar, vencedor de um prémio Pulitzer em 2018, é conhecido por abordar questões como o racismo e a desigualdade nas suas músicas. Em 2022, fez algo raro no mundo do hip-hop: lançou uma faixa que aborda a aceitação de pessoas trans. “Auntie Diaries” conta a história do seu tio e da sua prima, ambos pessoas trans, e revela como o próprio rapper lidou com todo o processo. Enquanto Kendrick fala sobre o preconceito e a transfobia que os seus familiares enfrentaram, quer por parte da sociedade, quer dentro das suas próprias famílias, é também visível, ao longo da canção, a sua própria desconstrução de ideias e a sua evolução pessoal.

Auntie Diaries recebeu elogios, mas também críticas: várias pessoas apontaram que Lamar utilizou termos considerados derrogatórios para descrever pessoas LGBTQ, além de ter recorrendo ao "deadnaming". Contudo, é importante salientar que a música reflecte precisamente o ponto de vista de um jovem Lamar, confrontado com questões de transfobia internalizada, e termina com a sua visão mais madura, onde Kendrick confronta um pastor sobre aceitação e amor ao próximo.

SZA é também uma figura de destaque na comunidade LGBTQ, utilizando as suas plataformas como meio de apoio e divulgação de conteúdos inclusivos. Apesar de nunca ter comentado oficialmente sobre os rumores acerca da sua sexualidade, a cantora dá a entender, tanto no seu tema “Love Galore” como num tweet de 2022, que não é apenas uma aliada.

Com todos os ingredientes para uma noite de inclusão e boa música, o alinhamento da Grand National Tour promete incluir temas como HUMBLE., All the Stars e Good Days. Os bilhetes para o concerto estarão à venda a partir de sexta-feira, 14 de Fevereiro, nos locais habituais.

Maria Raposo