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Livro "Reflexões sobre a Liberdade – Identidades e Famílias"

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Já lá vai o tempo em que o pensamento restritivo da Igreja controlava as liberdades civis e sexuais das pessoas. E com isto pergunto: qual é o mundo que queremos deixar aos que virão depois de nós? Um mundo de dogmas que separam em vez de unirem? Um mundo de pseudoarautos da boa-fé que não passam de obreiros da maldade? Eu sei que, quando for a minha vez de ser pai, quero deixar um mundo muito diferente daquele que encontrei, onde homens e mulheres queer podem dizer, contentes, que vivem livremente, sem medo, sem anseios e onde o facto de serem diferentes não interfere manifestamente com os seus sonhos e objetivos. Diria, sim, que sonho com o dia em que a comunidade queer for verdadeiramente livre, para que possa, ela também, constituir a sua identidade e família, sem almas estranhas que tentem ditar como cada um pode ou não ser, para que possa crescer, viver e ser verdadeiramente livre. 

Porque cada pessoa queer está aqui e não pode ser apagada.

- Henrique França, “Ser e crescer queer”, Reflexões sobre a Liberdade – Identidades e Famílias (Oficina do Livro, 2024)

 

A presente epígrafe é retirada do recém lançado livro Reflexões sobre a Liberdade – Identidades e Famílias coordenado por Joana Mortágua, Maria Castello Branco e Susana Peralta e com chancela da Oficina do Livro. 

Epígrafe do texto,  “Ser e crescer queer”, de Henrique França, aluno do curso de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e militante do partido Iniciativa Liberal – IL, que mostra a diversidade de temas, contextos político-partidários, mundividências que este livro reúne em torno de um ponto central: a celebração dos 50 anos da democracia portuguesa e a construção de uma melhor democracia para o futuro do país. Mais precisamente, neste texto, a reflexão em torno da liberdade e repressão das identidades queer no Portugal contemporâneo. 

São mais de vinte testemunhos, assinados por personalidades várias como Fabíola Cardoso, Hilda de Paulo, Francisca Van Dunem ou Isabel Moreira, que versam sobre temas como a eutanásia, o aborto, a parentalidade,  a diversidade de identidades de género e orientações sexuais, os direitos das pessoas racializadas, temas tantas vezes polémicos por motivos ideológicos e culturais e que aqui se reúnem como reflexão e tomada de consciência de forma a contribuir para a empatia com vidas, famílias, identidades e liberdades diversas.

 

Daniel Santos Morais é mestre em Sociologia pela Universidade de Coimbra. Feminista, LGBTQIA+, activista pelos Direitos Humanos. Partilha a sua vida entre Coimbra e Viseu. É administrador do site Leituras Queer.