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Macholândia

um lugar encantado de conveniências

dário pacheco

Sempre que assistia aos Jogos Olímpicos me perguntava porquê que a existir divisão de atletas em competição não seriam os factores peso e altura e não o género a categorizar atletas. A divisão de homens de um lado e mulheres do outro é tão infundada e sem sentido como dizer que um homem é mais físico e uma mulher mais cerebral. Afinal se assim fosse apenas teríamos mulheres como patroas e líderes. Porquê que as mesmas pessoas que defendem a vantagem hormonal física do homem perante a mulher não defendem que as mesmas devam ser patroas e líderes? É no mínimo uma das muitas conveniências machistas provenientes da macholândia. 

 

Em 2024 já poderíamos estar a debater porquê que atletas ainda se organizam por género e não estar a defender o óbvio, que uma mulher identificada por terceiros como mulher à nascença e que se auto identifica como mulher em fase adulta é mulher. Não existe espaço intelectual nem argumentos para dúvidas nesta matéria e qualquer dúvida que surja vem de um lugar de medo e de desinformação, especificamente desse pequeno território sem terra denominado macholândia. A cultura dessa terra encantada tenta pré destinar o sucesso e empenho de pessoas mediante o seu sexo biológico atribuído à nascença, a verdadeira "ideologia de género", sem ilusões em matéria olímpica têm-no conseguido no ouro, se ignorarmos o resto, é no resto que a história recente das medalhas dos jogos olímpicos prova o contrário e para isso basta pensarmos apenas que os recordes mundiais olímpicos das mulheres se sobrepõem a muitas medalhas de prata e de bronze de muitos atletas homens. Pois se o homem é superior à mulher como justificam que os records femininos sejam superiores a outros lugares do pódio masculino? O mesmo não acontece no ouro é certo, tal como já disse, mas essa diferença matemática dos resultados analisados mediante género está também muito condicionada perante as oportunidades e privilégios de um homem perante uma mulher em toda a sua carreira olímpica, já para não falar no conceito básico de cinesiologia em que se treinam mulheres para serem boas mas nunca melhores que os homens. Esses resultados nada têm a ver com questões hormonais e/ou físicas mas sim uma pura intelectualização impregnada a nível mundial do conceito que homens são superiores a mulheres. Mas o tempo em que o ouro olímpico das mulheres pode sobrepor o ouro olímpico dos homens não está longe, aliás isso já acontece na prata e no bronze. A presença de mulheres nos jogos olímpicos é recente, é uma questão cronológica e macholandezes sabem disso. Na macholândia impera a vontade de voltar ao passado, que se estabeleça ordem e que assim se proíba novamente a presença de mulheres em certas esferas, ou desordem? Como sabemos é impossível voltar atrás no tempo, então ao que assistimos actualmente é nada mais nada menos que um acto desesperado de último fôlego dos resquícios da soberania ultrapassada da macholândia, esse ego ferido barulhento. Tentam por tudo enviesar a verdade em prol da superioridade machista auto-determinada, sim eu não vos atribuo essa superioridade e a maioria também não, são apenas vocês mesmos que o fazem, mesmo ao ponto de questionar se uma atleta mulher é mesmo mulher. Dá um certo dó assistir a esta subjugação simplista em que se colocam e da mentira da macholândia em busca da mera sobrevivência da sua cultura, mas que felizmente se encontra em vias de extinção numa linha temporal prolongada. A Macholândia é hoje macholândia e será para as gerações que nos sucederem apenas o lobo mau que tentou violar o capuchinho vermelho. 

Na macholândia impera a vontade de voltar ao passado, que se estabeleça ordem e que assim se proíba novamente a presença de mulheres em certas esferas.

Não é por acaso que em terras lusas os mesmos agentes que defendem um velho estatuto de doméstica partilham a desinformação em relação a corpos femininos. Para que fique claro, essas pessoas da esfera política, em nada defendem a igualdade entre homens e mulheres mas sim oprimem o corpo da mulher enquanto apadrinham nas entrelinhas por medo e falta de convicção das suas fracas existências. Eles e elas são os mesmos padrinhos e madrinhas antigos/antigas e com cheiro a bafio dos votos contra na igualdade de direitos no casamento homossexual, dos votos contra da legalização do aborto e dos votos contra a co-adopção por casais do mesmo género. Perderam todas estas batalhas e estão condenados pelo mundo da informação livre e acessível para todes a perder as seguintes. Se dúvidas vos restarem em relação à intelectualização da superioridade do corpo do homem vs mulher lembrem-se que a ciência e a nossa história diz que o corpo que tem a maior esperança de média de vida é o da mulher, apesar de com menos qualidade, claro oprimidas pelo patriarcado. Tal como está a ser Imane Khelif, que nasceu mulher e auto identifica-se como mulher. Teve uma vitória justa mesmo perante pilares ultrapassados e uma adversária claramente em desespero, com mau perder e sem fairplay. O ódio fala alto do alto das suas montanhas de mentiras mas no mundo da informação globalizada a verdade será sempre mais forte. RIP Macholândia, paz às vossas almas, as melhoras, amém!

 

Dário Pacheco