Madunna: "Os gays estão a trazer as relações abertas para cima da mesa"
Madunna (alter ego de Filipe Viegas) é uma das artistas convidadas da festa de encerramento do ciclo Gender Troubles. A festa tem a chancela do colectivo artístico -mente e acontece esta quinta-feira à noite no Lux, em Lisboa.
dezanove: Já há algum tempo que não vinhas a Lisboa...
Madunna: Parece que foi há montes de tempo. Foi durante o Festival Alkantara para a celebração dos 10 anos do primeiro Sunday Show. Foi lindo ver tantas caras familiares e também uma nova geração de miúdos que nunca tinham ouvido falar de mim... Coitadinhos…
Estás contente por estar de volta?
É sempre um prazer regressar a Lisboa. Vivi cá cinco anos e é a minha segunda casa. Embora sinta uma certa estranheza em ver tantas louras na rua. Antes destacava-me. Agora sou apenas mais uma estrangeira… Não sei… Sinto qualquer coisa de estranho.
E sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo em Portugal? Quando cá vivias ainda não era possível. O que tens a dizer?
Bem, ouvi dizer que somos sobretudo nós as lésbicas que estão a casar em Portugal… Os gajos vão ser sempre gajos… Gostam de foder por aí… Por que é que deveriam casar? (risos). Estou só a brincar…
Claro que sabemos que a monogamia não é natural e que ninguém é monógamo 100% (lésbicas, gays, trans ou hetero)… O importante é que os gays estão a trazer as relações abertas para cima da mesa e tantos casais heterossexuais estão a ficar tranquilos em fazer swing e terem as suas aventuras dentro das suas relações. O casamento é um compromisso… e cada casal deve ter claro qual é o seu compromisso pessoal. Não podemos pensar no casamento segundo os padrões religiosos, mas em vez disso um entendimento entre duas pessoas (ou mais). É tudo sobre celebrar a vida e o amor. Oh meu Deus!!!! Fui um bocado seca? Desculpa, deixei-me levar.
Queres deixar-nos alguma pista sobre a tua performance no Lux?
Não, vais ter que ver.
Crédito da foto: Daniele D’Alessandro
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