Mais de um terço dos homens pratica sexo com outros homens sem preservativo
Nem sempre o que parece é. A divulgação dos resultados do maior inquérito do mundo para homens gay revela que homens que têm sexo com homens admitem, na percentagem de 37,2%, não ter usado preservativo. Uma percentagem relevante se pensarmos que basta apenas uma relação não protegida para que a transmissão de infecções aconteça.
Mas o estudo vai mais longe e relaciona vários factores que são individualmente, e na sua totalidade, importantes para percebermos onde nos encontramos no que diz respeito a estratégias de prevenção do VIH.
Uso de drogas recreativas, frequência de locais de encontro (como saunas, quartos escuros e festas de sexo) são factores importantes e que não podem (e a meu ver nem devem) ser descurados quando pensamos num assunto tão complexo como a sexualidade humana.
O uso de drogas recreativas está, aparentemente, relacionado com o descurar da prevenção. Da mesma forma que o uso inconsistente de preservativo também foi assumido como realidade por mais de um terço dos participantes neste estudo.
O estudo em si não deixa de ser interessante, muito pelas respostas que são obtidas, mas acima de tudo pelas perguntas que podem surgir deste:
- Estaremos a descurar o uso de drogas recreativas num contexto de sexo ocasional?
- O avanço da medicina, que permite encarar a infecção por VIH uma doença crónica, confere de alguma forma a sensação de imunidade e que tudo está bem?
- Ainda estaremos presos a um estigma que foi transmitido no início da infecção e por filmes como, por exemplo, " Filadélfia"?
- O desconhecimento do estado serológio é medo ou falta de informação?
Estas são algumas das questões que surgem após uma leitura do estudo... e que levanta uma outra e mais importante. Que caminho tem a prevenção de seguir de forma a se tornar mais próxima, mais simples e, por isso mesmo, mais eficaz?
Até breve,
Play a lot, play hard, but play safe
Enfº. Carlos Gustavo Martins
Podes ler todos os resultados deste estudo aqui.