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Cancelada! A Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa 2021 já não se realiza hoje!

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A Comissão da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa reuniu de urgência esta sexta-feira depois de receber um parecer negativo da Direcção Geral de Saúde sobre a realização da marcha agendada para este Sábado, dia 19 de Junho, a partir das 18 horas na Avenida da Liberdade. Não haverá, por isso, Marcha do Orgulho LGBTI+ este Sábado.

O perfil do Instagram da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa já anuncia o cancelamento da Marcha:

Manifestação Cancelada.png

Dadas as restrições impostas para a Área Metropolitana de Lisboa, esta sexta-feira as associações AMPLOS e Variações tinham decidido não participar na 22ª edição da Marcha. A ILGA Portugal tinha também decidido reduzir a presença. Ao longo do dia, várias vozes do activismo LGBTI+ apelaram a que a marcha não se realizasse numa altura em que a situação pandémica se está a alastar em Lisboa, ao mesmo tempo que pediam uma marcha sem restrições para as que as pessoas que vivessem fora da Área Metropolitana de Lisboa pudessem participar.

Recorde-se que desde o momento em que a marcha foi anunciada em Maio e  no comunicado divulgado esta quinta-feira a Comissão da MOL apelava a uma participação em segurança numa marcha que a todos os níveis teria de ser diferente

 

 

Reacções:

ILGA Portugal

A ILGA Portugal, uma das 14 entidades que compõem a comissão organizadora, partilha o parecer da Comissão Técnica da DGS: "esta Comissão Técnica considera que não existem condições para que o evento se realize com as condições sanitárias necessárias à proteção tanto dos participantes, organizadores bem como de todas as pessoas que possam assistir à Marcha e estejam solidárias com a sua causa. Deste modo desaconselha-se a realização do evento na data prevista, e recomenda-se o seu adiamento para data posterior, na qual a situação pandémica seja mais favorável.”

A ILGA Portugal reconhece validade neste parecer e reforça a sua posição de responsabilidade pública face ao contexto de pandemia e às pessoas que representa, não sendo esta, naturalmente, a nossa única razão de concordância com a não-realização da marcha. Acresce a este parecer o número de apelos de suspensão enviados desde ontem por parte de pessoas manifestantes residentes fora da Área Metropolitana de Lisboa e que estão impedidas de participar na marcha.
Com todo o sentido de responsabilidade e por todas as razões de saúde pública associadas – e agora também avaliadas por parte de instituições com as quais trabalhamos e que se dedicam a promover a informação na saúde, algo que valorizamos e sempre exigimos –, entendemos que não existem condições para a realização da 22.ª marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa marcada para 19 de Junho de 2021.
A ILGA Portugal concorda com a não realização da Marcha amanhã, tal como deliberado na noite de 18 de junho em reunião da Comissão Organizadora. Esta é a posição da ILGA Portugal, que refletimos neste comunicado nosso aqui partilhado e cujo posicionamento político e associativo não é de crítica à atuação da DGS ou de qualquer outra entidade. É, sim, da parte da ILGA, uma posição de responsabilidade que, sabemos, poderá não coincidir com outros posicionamentos que venham a ser públicos."
 

Queer Tropical

"A Queer Tropical é uma associação criada e composta por pessoas brasileiras. O Brasil atingiu a marca de 498.499 mortes e 17.801.462 de casos de Covid-19 até o dia de hoje, nas últimas 24 horas foram 2.495 mortes. Perdemos pessoas que amamos, pessoas amigas, e estamos vendo o nosso país assolado por este vírus. Portanto, sabemos e sentimos a gravidade do descumprimento de normas sanitárias.

Posto isto, concordamos com a decisão do cancelamento da Marcha. Contudo, gostaríamos de deixar aqui o nosso agradecimento a todas as pessoas envolvidas na realização e organização da mesma, pessoas que trabalharam em contexto pandêmico para que a marcha se realizasse. Muito obrigada."

 

Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa

"A Comissão Organizadora (CO) da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa voltou hoje, 18 de Junho, a reunir-se, às 21 horas, após receber um parecer tardio da Direcção Geral de Saúde desfavorável a esta manifestação.
Apesar das tentativas de contacto continuadas ao longo de dois meses, no sentido de preparar este evento com as melhores condições, recomendações e segurança possíveis, apenas na véspera a Direcção Geral de Saúde remeteu à Comissão Organizadora um parecer desfavorável. Este atraso na emissão do parecer técnico impossibilitou-nos a implementação de medidas de segurança adicionais ou modelos alternativos de marcha, além de não permitir uma desconvocação responsável da mesma.
Este parecer foi um factor decisivo para a mudança de posição desta Comissão Organizadora, que hoje deliberou pela não realização da Marcha do Orgulho planeada para sábado, dia 19 de Junho, contrariamente ao comunicado no dia 17 de Junho.
A emissão de um parecer tão desfavorável num momento em que já nem um cancelamento público é eficaz acaba por se traduzir, na prática, numa forma encapotada de limitação de direitos políticos, em concreto, do direito de manifestação.
Sentimos que a DGS demonstrou uma desconsideração pelas sucessivas tentativas de contacto para planeamento duma marcha política segura, e ainda um profundo desconhecimento sobre a sua natureza e o que esta representa para a nossa comunidade.
Ademais, consideramos que as medidas de mitigação recomendadas ao nosso movimento para a realização de uma marcha num momento epidemiológico mais favorável (leia-se, adiamento da manifestação) incluem um conjunto alargado de pontos inexequíveis. Entre estes, é-nos recomendada a medição de temperatura corporal, a existência de instalações sanitárias e de isolamento, e um registo de todas as pessoas participantes. Algumas recomendações levantam questões quanto à sua constitucionalidade e legalidade, merecendo uma enorme preocupação por parte da Comissão Organizadora da Marcha de Orgulho LGBTI+ de Lisboa.
Numa altura de regressão de direitos e perante todos os cuidados e medidas propostos e divulgados por esta Comissão Organizadora, consideramos este parecer e o tempo em que chegou um desrespeito e erro político. Não obstante, reconhecemos e partilhamos com a Direção Geral de Saúde a preocupação com a evolução da pandemia e agradecemos o trabalho que desempenha na contenção da mesma.
A Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa, tal como em 2020, continuará a lutar pela defesa dos direitos da comunidade.
Desconfinar direitos, afastar preconceitos!
Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa"
 
 
 
Foto: Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa em 2019
 

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