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Marco histórico: Bélgica tem a 1ª Vice-Primeira Ministra trans na Europa

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A nomeação de Petra De Sutter para o cargo de Vice Primeira Ministra da Bélgica é um marco histórico e que dá um poderoso sinal positivo para as pessoas trans em todo o mundo.

Aos 57 anos, a até agora deputada do Parlamento Europeu pelos Verdes, Petra De Sutter irá integrar um executivo composto por uma coligação de sete partidos e liderado por Alexander De Croo. A Bélgica esteve 16 meses num impasse político sem governo.

"Estou incrivelmente grata pela confiança que recebi do meu partido!" escreveu De Sutter no Twiter que irá ficar responsável pela pasta da Administração Pública.

De Sutter nunca escondeu a sua identidade trans durante a sua carreira política. Mas sempre foi claro que Petra De Sutter era muito mais do que essa identidade. Como médica, professora de ginecologia e especialista em fertilidade na Universidade de Ghent, destacou-se como defensora dos direitos das mulheres, da igualdade de género e dos direitos sexuais reprodutivos. Nunca fez dos direitos trans o foco exclusivo do seu trabalho, mas nunca se esquivou a ser um modelo a seguir. As pessoas trans belgas consideram mais importante o facto de ela ser aceite, respeitada e tratada de forma justa pela comunicação social.

De Sutter passou pelo senado belga, pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e pelo  Parlamento Europeu - e tem sido uma forte defensora dos direitos LGBTI. Foi com a sua competência e o seu percurso profissional impressionante que ganhou o respeito dos seus colegas.

O facto da cobertura mediática à nomeação para vice-primeira ministra se ter concentrado no seu trabalho e não na sua identidade trans é um reflexo da sua carreira política, mas também da natureza progressista da política belga de hoje. As manchetes dos jornais sobre esta nomeação são por isso muito diferentes na Bélgica e nos outros países.

 

Um marco histórico num momento conturbado para a Europa

A nomeação de De Sutter acontece na mesma semana em que na Roménia, o tribunal constitucional debateu a exclusão completa da temática de género e identidade de género dos  currículos escolares. Legislação semelhante que já foi introduzida na Bulgária. A “Carta da Família” da Polónia, assinada pelo presidente Andrzej Duda, proíbe as aulas sobre questões LGBTI nas escolas, para além das polémicas “LGBTI free zones”. E, no Reino Unido, os defensores dos direitos alertaram que as novas directrizes educacionais podem ser interpretadas como sinal de que as escolas não devem abordar a identidade de género.