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Mesmo sem o tal vídeo, o bullying existe todos os dias

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O bullying é cada vez mais um problema nacional. O vídeo dos 13 minutos é apenas um exemplo tornado público de forma massiva e abusiva, mas mesmo sem o tal vídeo, o bullying existe todos os dias. Saberemos tirar lições deste episódio?

Um vídeo onde se mostram repetidas agressões a um jovem é divulgado de forma viral na internet e faz notícia replicada em praticamente toda a imprensa. Nas redes sociais multiplicam-se os comentários medievais atacando os agressores, mostrando caras, desejando que o mesmo lhes suceda.

Onde está a falha? Na reflexão. No impulso de querer reagir rápido passamos de leitores a agressores.

Temos de ver mais além. O bullying está intimamente relacionado com a falta de atenção continuada de pais e mães com filhos e de filhos com os pais e mães, de professores com alunos e de alunos com professores... Em suma: falta de educação e de aprendizagem por valores como o respeito, a diversidade e a não violência.

Por que somos uma sociedade que caminha mais rápido para um chat num telemóvel ou no Facebook do que para uma conversa franca e ao vivo entre educadores e educandos? 

E o que tem tudo isto a ver com a temática LGBT e o género? 

Muito. Porque o ataque ao género e à alegada ou percepcionada orientação sexual são comummente usados em muitas (se não na maioria) das situações (que vivi ou assisti). Basta não fechar os olhos. Basta, por exemplo, entrar no dia-a-dia de um liceu e procurar saber o que se passa. 

Não podemos, mas sobretudo não devemos, deixar o bullying ser mais forte e destrutivo do que a convivência harmoniosa entre os que partilham a mesma sala de aula, recreio, ambiente familiar, local de trabalho, comentários nos jornais ou grupos no Facebook. Mesmo que todos tenham opiniões contrárias. 

Saberemos começar a dar respostas a partir deste episódio?

 

Artigo de opinião de Paulo Monteiro

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