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Milhares participaram na 20ª Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa

foto de Tomás Cazaux

Já sabíamos que a marcha é linda, mas à 20ª edição, não restam mesmo dúvidas: a marcha está cada vez maior. A organização da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa aponta para que tenham estado mais de 15  mil participantes* nas ruas de Lisboa este Sábado. 

Da concentração no Jardim do Príncipe Real à Ribeira das Naus, muitos foram os momentos de celebração e reivindicação. Sempre pintados com as cores do arco-íris.

 

A meio da tarde já era possível ver faixas das associações estendidas nos jardins, activistas de associações a distribuir cartazes, pessoas a fazerem pinturas faciais, bandeiras ao vento, bandeirões no chão, muitos reencontros e muitas fotos.

 

 

Predominantemente víamos jovens na casa dos 20 anos, a mesma idade que a marcha completou este Sábado. Jovens sorrindo, jovens sem medos, orgulhosos das suas t-shirts ou a quererem tirar fotos com as cores da bandeira que simbolizam a luta de um movimento que começou há 50 anos em Stonewall.

A marcha foi encabeçada por vários activistas que trabalharam para que esta marcha do orgulho e outras no nosso país se tenham realizado ao longo dos últimos 20 anos. Alguns exibiam com orgulho t-shirts com a mensagem "Vintage Queens", outros recordavam como foi começar precisamente do mesmo local há 20 anos com 500 pessoas. Na frente com o megafone, Sérgio Vitorino, um histórico do activismo LGBTI português atirava com orgulho: "São 20 anos!". Mais atrás a juventude: Tavares, presidente da rede ex aequo, proferia mais palavras de ordem: "Só o ódio não entra aqui! Esta é a marcha LGBTI!".

E continuava o desfile de faixas representando as lutas de várias dezenas de colectivos e associações, exigindo direitos, reclamando igualdade. As incríveis Mães da AMPLOS a marchar pelos seus filhos e filhas, a importante mensagem do I=I do GAT, o orgulhoso colectivo Somos Blergh orgulhoso do seu "bindeirão", a urgência de regulamentar o trabalho sexual, a APAV a lembrar que em caso de violência física ou psicológica não resta outro caminho que não seja denunciar.

A marcha prosseguia acompanhada de música e pessoas empunhando cartazes com mensagens com desejos de um mundo melhor e tantas reivindincações pessoais e colectivas. Aqui e ali figuras públicas, actores, cantores, pessoas de todos os dias marchavam e dançavam fora de um armário aberto definitivamente há 20 anos. 

Seguiam-se as comitivas dos partidos políticos mais alinhados com os valores da liberdade. No fim as presenças de alguns trabalhadores de empresas como a Microsoft que este ano se fez representar pela primeira vez numa marcha em Portugal. Para além desta multinacional, também os trabalhadores do BNP Paribas, da CISCO e da L'Oréal marcharam. Noutro autocarro, a associação Variações fez-se representar com os negócios da área LGBTI que estão a candidatar-se para que Portugal seja o país anfitrião do EuroPride em 2022.

Chegados à Ribeira das Naus era hora de ouvir os discursos das entidades organizadoras, que este ano também foram 20. Mas primeiro, lugar à leitura do manifesto de reivindicações das entidades que compuseram a comissão organizadora da marcha. A tarefa coube a Nóe João e a Alice Azevedo. Foram muitos discursos, a muitas vozes. Tantas quantas as vozes da diversidade. Moderados pela artista e activista Paula Lovely, activistas chegavam-se ao microfone e faziam ecoar as suas palavras de ordem pelos jardins junto ao Tejo. Entre os discursos mais aplaudidos contamos os da jovem Carmo do colectivo Panteras Rosa, os da representante dos estudantes do núcleo LGBTI do Instituto Superior Técnico, o QueerIST, e o da emocionada e guerreira activista do colectivo Queer Tropical, que luta pelo respeito da vida da população LGBTIQ brasileira. Apupos e vaias fortes a Bolsonaro e homenagens várias a Marielle Franco. E, claro, também Marsha P. Johnson, uma das precursoras deste movimento nascido há 50 anos com a Revolta de Stonewall, foi lembrada várias vezes.

Representando o Governo, Rosa Monteiro, Secretária de Estado da Igualdade, e o vereador pelo Pelouro dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Grilo, encerraram os discursos exigindo respeito pela diversidade. 

 

 

* Nota: número de participantes editado às 16h09.

 

Paulo Monteiro