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Museu da Diversidade Sexual: Activistas LGBTQIA+ de seis países e regiões de língua portuguesa reuniram-se para dar início à criação do museu

Acervo do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo - Fotógrafa Adriana de Maio - Parada do Orgulho LGBT de São Paulo 2017.jpeg

Reunião online gera encontro histórico para comunidade LGBTQIA+. O Museu Lusófono da Diversidade Sexual ficará localizado em Lisboa.

 

O ecrã do computador, ou, para alguns, do celular, ou telemóvel, foi a ferramenta de união que marcou um facto histórico para a comunidade LGBTQIA mundial. 

Activistas LGBTQIA+ de seis países, quatro continentes uniram-se através de uma aplicação de conversa por vídeo para dar um pontapé inicial numa iniciativa ousada: criar o primeiro Museu Lusófono da Diversidade Sexual. Lusófono devido à intenção de juntar num mesmo local a história das comunidades LGBTQIA+ dos dez países que falam a língua portuguesa.

Nesta primeira reunião virtual, estiveram presentes: Franco Reinaudo, Director do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo (SP), e criador do projecto, Laura Bacellar, activista lésbica, escritora, editora e incentivadora da literatura LGBTQIA+, ambos representando o Brasil; Stevan Lekitsch, activista gay brasileiro e proprietário de um museu no Alentejo, António Serzedelo, activista gay português, vereador/vogal em Lisboa/Arroios, criador de um monumento LGBTQIA+ na mesma cidade, no Jardim do Príncipe Real, ambos representando Portugal; Jason Chao, da entidade LGBTQIA+ Rainbow Macau, representando a região autónoma de Macau, localizada na China; Francelino Zeute, da Organização Lambda de Moçambique; Mittiner Veiga, activista de São Tomé e Príncipe; e Carlos Fernandes, da entidade Íris de Angola. Quatro continentes (América do Sul, Europa, Ásia e África) devidamente representados.

A reunião teve como objectivo o conhecimento mútuo de todos, e o início da conversa para se delinear a criação do Museu Lusófono da Diversidade Sexual, que terá como objectivo contar a história, mostrar a cultura de cada país e a valorizar as acções de activistas e entidades de defesa da comunidade LGBTQIA+ nessas dez realidades.

Não puderam estar presentes na reunião os representantes da Guiné Bissau, mas que já estão a par do projecto, e ainda estão por contactar activistas da Guiné Equatorial, Cabo Verde e Timor-Leste, os demais países que, juntamente com os seis anteriores, formam os dez que possuem a língua portuguesa como oficial.

Após exporem suas vitórias e seus problemas em relação a essa comunidade em cada um dos países, uma constatação foi unânime: “Apesar de estarmos todos em países e continentes diversos, temos muito mais em comum, temos muito mais semelhanças do que diferenças”, afirmou Carlos Fernandes, activista de Angola. “Temos que mostrar histórias inspiradoras nesse museu, para que mais pessoas nesses países e ao redor do mundo se sintam motivadas a continuar a nossa luta”, completou Francelino Zeute, de Moçambique.

Um grupo de WhatsApp também foi criado para facilitar a comunicação entre todos, assim como um endereço de e-mail e uma página do Facebook, inicialmente. O próximo passo do projecto é começarem a centralizar os materiais digitais de cada país numa nuvem digital comum, e materiais físicos (como panfletos, flyers, livros jornais) em Portugal, para começarem a criar o acervo do museu.

Tudo vai se iniciar com uma primeira exposição do museu, inicialmente marcada para acontecer no mês de Junho de 2022, mês do Orgulho LGBTQIA+, e com a presença real (e não virtual) de todos esses dez activistas dos dez países, em Lisboa, local escolhido para a sede do museu e de seu acervo, assim como da primeira exposição. 

A intenção é que essa exposição percorra os outros nove países, para dar visibilidade a todos em cada um deles, reforçando a presença, a luta e as conquistas da comunidade LGBTQIA+. E se alguma junta ou freguesia ou município ficar interessado em acolher a exposição, o museu está de braços abertos para enviá-la, onde quer que ela seja bem recebida.

 

Foto: Acervo do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo - Fotógrafa: Adriana de Maio - Parada do Orgulho LGBT de São Paulo 2017

 

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