“Não à violência transfóbica” é lema da III Marcha LGBT de Braga que decorre a 27 de Junho
Braga gritará “não à violência transfóbica” durante a III Marcha pelos Direitos LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero, que decorre a 27 de Junho. O colectivo Braga Fora do Armário (BFA) considera que as pessoas transexuais vivem numa situação de maior invisibilidade e consequente vulnerabilidade social. A programação das actividades pré-marcha arranca em Março com a estreia da peça “As fases da Lua”.
O BFA recorda o caso de Gisberta, imigrante brasileira, transexual, seropositiva, toxicodependente, prostituta e sem-abrigo, brutalmente espancada e violada por um grupo de adolescentes em Fevereiro de 2006. Em tribunal, decretou-se que tudo não passou de "uma brincadeira de mau-gosto que correu mal". Não se reconheceu o verdadeiro motivo das agressões - a transfobia. “Vivemos num contexto histórico e político de múltiplas situações de discriminação e violência (inter)nacionais contra as pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans e transexuais. Destacamos a violência transfóbica porque continua a ser uma das mais invisibilizadas”, revela o BFA em comunicado.
Avanços legais insuficientes
Em Janeiro de 2015 aprovou-se a inclusão da identidade de género no Código do Trabalho, ajudando a combater a discriminação no local de trabalho. Embora tenha sido um avanço legal, o BFA reivindica também a inclusão da identidade de género no 13º artigo da Constituição da República Portuguesa - princípio da igualdade.
O colectivo considera também que os avanços da lei da identidade de género continuam a ser “insuficientes”. “As pessoas transexuais portuguesas só conseguem mudar o nome e o sexo no registo civil com um diagnóstico de “perturbação de identidade de género” ou “disforia de género” atestado por essa equipa de profissionais. Exigimos a nível legislativo que exista um reconhecimento pela autodeterminação dos corpos e das identidades das pessoas transexuais”, acrescenta o mesmo comunicado.
BFA arranca com programação
O BFA vai realizar nos próximos meses uma série de actividades com o objectivo de debater, desmitificar e esclarecer dúvidas relacionadas com a comunidade LGBT.
Em Março, associa-se à KRIZO e UMAR-Braga para criar um conjunto de actividades dedicadas ao pensamento e lutas feministas – “Junt@s na luta feminista: pela diversidade, contra a opressão”. Da programação destaca-se a performance “As fases da Lua” que irá decorrer a 8 de Março, pelas 16h00, na Toca; a tertúlia “Mulher? Sujeito Plural!”, a 18 de Março, pelas 21h30, na Toca; e a passagem do filme "Laurence para sempre", de Xavier Dolan, a 31 de Março, pelas 21h00, na Toca. Para além destas actividades, o BFA vai ainda organizar a título individual tertúlias, exibição de filmes, um passeio de bicicleta e algumas festas para angariação de fundos nos meses de Abril, Maio e Junho.
O Braga Fora do Armário surgiu em 2013 aquando da realização da I Marcha pelos Direitos LGBT, que juntou cerca de 300 pessoas.
Fonte: Braga Fora do Armário