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O músico gay Will Young lançou no passado mês de Outubro um videoclipe para o tema “Brave Man”. No vídeo em causa podemos ver um jovem trans de 19 anos que caminha nu pelas ruas de Brighton (Reino Unido) enquanto cobre os genitais com fotos suas pré-transição. Ao longo do percurso o jovem revive as situações de bullying por que é alvo.

 

O jornal britânico The Guardian relata que o vídeo levou a um aceso debate entre pessoas tras e activistas. A escritora e activista trans Paris Lees considera que, por um lado, o vídeo é simpático e que agora é “cool” e “fashion” ter pessoas trans em videoclips e em programas de tv. O trans “está na moda”, é “sexy”, mas a escritora está preocupada com a padronização abusiva que se faz das pessoas trans enquanto pessoas corajosas. “Se a sociedade não fosse tão “merdosa”, eu não teria de ser ‘corajosa’, é apenas querer ser quem eu sou!”. Acerca da nudez a escritora também adianta que o constante foco na genitália é redutor para as pessoas trans e para os que não sendo conhecedores da temática trans também ficam com essa imagem associada.

A cantora trans britânica CN Lester considera que o vídeo tem "as melhores das intenções e boa vontade", mas a sua preocupação vai para um vídeo onde a vítima "é passiva face às agressões". “Quero que as pessoas saibam que lutamos e que outras pessoas podem lutar ao nosso lado", diz a cantora. Lester acredita que muitas vezes as pessoas trans são retratadas como pessoas isoladas quando na realidade existem várias associações de apoio para as pessoas trans, comenta ao mesmo periódico.

Fox Fisher, um homem trans que ajudou o músico Will Young com o vídeo, sustenta que o problema está na falta de diversidade da visibilidade trans e na interpretação que as pessoas trans fazem quando vêm uma pessoa trans exposta. “As pessoas trans acham que essa pessoa [do vídeo] tem de as representar, mas é impossível representar toda a gente.”

 

 

Paulo Monteiro