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NOS Alive: Três dias de música, luz, festa e diversidade

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Três dias de música, luz, festa e diversidade. Assim foi o NOS Alive 2024, onde nomes como Dua Lipa, Ashnikko, Gloria Groove e Pearl Jam encheram o passeio marítimo de Algés de emoção.

No primeiro dia de festival, o nome mais ouvido quando perguntámos "quem estás aqui para ver?" foi, sem sombra de dúvidas, Arcade Fire. A abertura do palco NOS foi feita pelos Nothing but Thieves e existiu um pormenor que chamou a atenção de todos os apoiadores queer da banda: o vocalista fez questão de utilizar uma correia com as cores do arco íris na sua guitarra.

Havia outro nome bastante aguardado neste dia, para todos nós: Jessie Ware. A britânica trouxe a festa e a sensualidade ao palco Heineken, numa actuação cheia de cor, dança e corpos musculados dançando sincronizadamente - encerrando assim o primeiro dia de festival da melhor forma possível.

No dia 12 de Julho, vários nomes LGBTQIA+ no cartaz: Ashnikko, Arlo Parks, Aurora e Gloria Groove. Sem esquecer, claro, a rainha do pop, Dua Lipa. Estava feita a mistura para uma noite incrível, onde a diversidade se fundiu com a música - quem passasse pelo passeio marítimo de Algés nesta noite, poderia encontrar um público composto não só por uma grande maioria de pessoas queer, mas também por pais que estavam ali para realizar o sonho dos seus filhos.

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"Para mim, Dua Lipa é sinónimo de empoderamento, diversão e liberdade", disse-nos Miguel, que esperava ansiosamente pela actuação da cantora albanesa. Raquel, por sua vez, veio acompanhada da mãe e uma amiga, Beatriz - ambas vinham não só por Dua Lipa, mas também por Ashnikko, Arlo Parks e Aurora.

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A norte-americana Ashnikko foi o primeiro ícone queer a actuar no Palco NOS - a norte-americana trouxe-nos um concerto cuidadosamente coreografado, e pudemos assim assistir a sensivelmente uma hora e meia de "feminine rage" no seu estado mais puro. Ashnikko teve ainda tempo para algumas piadas pelo meio, explicando que "estava doente" e que, se a víssemos tossir, "não, não viram".

Arlo Parks foi o segundo grande nome da noite, num concerto que soube a pouco para os fãs da britânica - Arlo trouxe-nos um fantástico espectáculo, mas actuou durante um curto período de tempo, comparativamente a outros artistas.

Aurora tocou no palco Heineken e a sua actuação foi agradavelmente política: a cantora norueguesa usou um leque com uma bandeira LGBTQIA+, que substituiu por uma bandeira trans, para apresentar o seu single “Cure for me”, que aborda precisamente este tema. Teve tempo ainda para apelar ao cessar fogo, não só ressalvando a situação actual da Palestina, mas também do Sudão e do Congo.

Aurora anunciou também que voltará a Portugal em Maio de 2025, desta vez para um espetáculo em nome próprio, no Sagres Campo Pequeno. O concerto da norueguesa está marcado para dia 9, às 21:00, e os bilhetes podem já ser adquiridos nos locais habituais.

Para Dua Lipa, os ânimos estavam ao rubro - quando a diva pop entrou no palco, várias expressões de êxtase vieram do público. Dua trouxe ainda mais do que prometeu, num espectáculo muito especial: o primeiro concerto acessível a pessoas surdas (com o auxílio de coletes especializados para o efeito). Durante os primeiros minutos do concerto, Dua Lipa proferiu também algumas palavras em língua gestual, como “amor” e “obrigada” para todos os espectadores surdos que estavam a assistir no recinto. O concerto contou com todos os êxitos que os fãs esperavam e terminou de forma estonteante, com fogo de artifício. 

Mas antes de ir para casa, era hora de Gloria Groove. Casa cheia e muito vermelho - assim foi o energético e esfuziante concerto da drag queen brasileira, que contou com a participação especial da fadista Sara Correia. Entre o público, o dezanove.pt teve o prazer de encontrar o artista Paulo Pascoal.

paulo pascoal

O último dia de NOS Alive, com lotação esgotada, guardava os nomes mais esperados pelo público: Sum41 e Pearl Jam. Foi um dia em cheio para os adeptos do rock, e ambas as bandas trouxeram espetáculos que fizeram vários elementos do público viajarem no tempo, recordando memórias da adolescência com nostalgia.

Para os amantes de música electrónica, ainda havia bastante a desfrutar com o espectáculo de Vitalic no palco WTF Clubbing - mas a verdade é que a maioria do público foi embora após Eddie Vedder agradecer ao público português e encerrar a actuação.

Para o ano há mais, nos dias 10, 11 e 12 de Julho - datas confirmadas por Álvaro Covões, director da Everything is New. Esperamos que, para além do “melhor cartaz de sempre”, o festival traga também um cartaz tão ou mais rico do que este para a comunidade LGBTQIA+.

 

Maria Raposo