O Carnaval Rosa da Colombina Clandestina: Alegria, Dança e Reivindicação nas ruas de Lisboa
No último sábado, Lisboa foi tomada pelo rosa vibrante da Colombina Clandestina, um dos blocos de Carnaval mais aguardados da cidade. Milhares de foliões seguiram o trio elétrico desde o Panteão Nacional, ponto de encontro histórico do bloco, espalhando festa, dança e reivindicação pelas ruas da capital.
A energia carnavalesca arrastou-se do Museu do Fado até ao Campo das Cebolas, com alas icónicas compostas por bailarinas, pernaltas e uma bateria enérgica sob a direcção de Andréa Freire. No comando da voz, Micheline Cardoso, que já dividiu palcos com o saudoso Tim Maia, fez o público cantar e dançar ao som de clássicos como Faraó, Tieta e Haja Amor, tema imortal do axé.
Entre foliões locais e turistas, que no Brasil seriam chamados de pipocas, a festa seguiu com entusiasmo até às 20h, quando teve início o aguardado Baile da Colombina, dando continuidade à celebração pela noite dentro. Mas a Colombina Clandestina é mais do que apenas festa: o bloco reafirma a ocupação da rua como um espaço de liberdade e expressão política, onde a alegria e a dança são também formas de reivindicação.
Em frente à Fundação José Saramago, o encerramento trouxe o espírito das tradicionais marchinhas e sambas que fazem do Carnaval uma manifestação cultural poderosa. Tudo aconteceu de forma impecável, fruto da organização exemplar do bloco em articulação com a autarquia de Lisboa.
A Colombina Clandestina mostrou, mais uma vez, que o Carnaval de rua lisboeta está vivo e pulsante, um espaço onde a tradição e a contestação se encontram sob o ritmo contagiante da folia.
André Castro Soares