O debate sobre a profilaxia pré-exposição ao VIH

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O debate sobre a profilaxia pré-exposição ao VIH

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou em Julho que todos os homens HIV negativos que mantêm relações sexuais com outros homens devem tomar anti-retrovirais. Esta seria uma forma de combater a transmissão do VIH por via sexual.

Actualmente, apenas nos EUA foi aprovada a profilaxia pré-exposição. Naquele país, o Truvada pode ser prescrito para pessoas em alto risco de se infectarem, como por exemplo, parceiros de pessoas que vivam com o VIH e quem tenha relações sexuais anais com inserção desprotegidas (mais informações aqui).
Em Portugal, por exemplo, está apenas disponível a profilaxia pós-exposição, que consiste na prevenção da infecção pelo HIV usando os medicamentos que fazem parte do cocktail utilizado no tratamento do HIV, para pessoas que possam ter entrado em contacto com o vírus (mais informação aqui).
O dezanove lançou o inquérito aos seus leitores sobre o tema da profilaxia pré-exposição, tendo participado 241 pessoas. A maioria (49%) acha que o Truvada não deve ser prescrito a todos os homens que fazem sexo com outros homens, enquanto 22,4% tem opinião contrária.

publicado às 12:15

11 comentários

Filipe 19.09.2014 22:56

Por que motivo o Truvada não está disponível em Portugal para profilaxia em grupos de risco? Não tenho comportamentos promíscuos e uso sempre protecção mas sentir-me-ia mais seguro se tomasse Truvada, pelo menos no início de uma relação. Sou totalmente a favor que Portugal siga o exemplo dos EUA. Os acidentes às vezes acontecem: por vezes os preservativos rompem. E há a questão do sexo oral...
Nevins 22.09.2014 16:20

Homossexuais não são Grupos de Risco - como não o são, Heterossexuais.
OMS clarifica antes, Comportamentos de Risco.
Inclui não só, a transmissão por via sexual, como também o Trabalho em Ambiente Médico.
O Truvada ainda está em fase experimental no Espaço Europeu. Só Nos Estados Unidos a Autoridade do Medicamento o aprovou.
No entanto, só um Seguro de Saúde privado cobre tal prescrição.
A Questão em Portugal, seria a de como justificar o custo elevado, pois a sua natureza é puramente Profilática.
O custo é demasiado elevado, muito possivelmente, superior ao tratamento de alguém com Hiv+.
É um Medicamento Bivalente composto por dois Retrovirais com quase nenhuns efeitos secundários.
A Esperança é que num futuro próximo substitua o tratamento de Hiv+. Neste caso absolutamente comparticipado pelo Estado.
Mas hoje na sua actual forma não trata o Hiv+. Está contraindicado.
Pelo que quem o tomar preventivamente tem de ter certeza absoluta de não estar infectado - Ou seja, manter a janela de três meses, muito possivelmente com o auxílio da abstinência de qualquer acto sexual ou outro factor de risco incidental.
Nevins 22.09.2014 16:41

Quanto ao sexo Oral, será de todo evitável chegar ao ponto de Ejaculação, já que qualquer afecção bocal - ou de foro digestivo, como úlcera gástrica - potenciará a transmissão.
Evitar qualquer tipo de contacto com o Globo Ocular do Ejaculato é essencial.
Mas se houver pré-existência de qualque afecção, ainda que temporária, dever-se-á evitar o contacto em absoluto.

Pedro 23.09.2014 15:23

Parece-me que a pergunta para se tirar melhores conclusões deveria ser algo do género "Achas que o trufada deve ser medicado a todas as pessoas que o queiram tomar preventivamente?"
Sou gay mas não quero ser obrigado a tomar nada, mas sim gostava de ter acesso ao medicamento não como alternativa ao preservativo, mas sim como complemento.
ps- já agora façam a pergunta se a vacina do HPV deve ser administrada também.
Nevins 30.09.2014 03:28

A Vacina HPV pode ser administrada, mas só é eficaz antes de se iniciar qualquet tipo de contacto sexual.
É recomendada na pré-adolescência ou nos primeiros anos da adolescência.
No Entanto, o desenvolver de um potencial Cancro é muito reduzido quando comparado com a incidência na população feminina - em particular o Cancro do Colo do Útero.
Fará somente sentido no que toca à diminuição da transmissão do Vírus.
A incidência sendo claramente reduzida na população masculina torna o acto da Vacinação uma redundância.
Se se considerar que potencialmente todo o jovem adulto terá alguma forma de contacto peri-sexual com um membro da população feminina, o acto da Vacinação será quanto mais eficaz se incidir unicamente na população feminina.
Ou seja, Não.
Pedro 01.10.2014 00:25

Essa é a versão que vendiam antes. Estudos mostram que a vacina é útil mesmo para quem já teve exposição.Reduz a intensidade das manifestações, e diminui a possibilidade de elas aparecerem.
HPV nos homens não é tão invulgar assim, sendo o contagio mais facil do que a maior parte das DST, o único problema que vejo à partida será o preço exorbitante da vacina e o facto dela proteger apenas alguns tipos.
Muitos médicos já o aconselham, um debate sobre o assunto e a divulgação de estatísticas da doença faziam falta.
Ou seja, Sim em muitos casos.
Nevins 02.10.2014 00:40

A questão principal a ter em conta será a do Cancro.
A ocorrência de sintomas peri-cutâneos não seriam de preocupação maior, dado ser uma vacina que previne tais sintomas mas que tem como fim primodial a prevenção do Cancro a que tais sintomas são precursores.
Ainda assím as recomendações incidem no período pré contágio,pois a eficácia está comprometida em absoluto salvo tal.
As recomendações da OMS não incluem jovens adolescentes ou adultos do sexo masculino de todo.
As recomendações nos Estados Unidos incidem sobre jovens do sexo masculino por falta de adesão dos pais das jovens do sexo feminino que na sua visão conservadora, tomam como certo que tal vacina significa autorização expressa a que sejam sexualmente activas.
A Vacima indicada para jovens do sexo masculino não pré-contagiados é Gardasil.
Quanto ao contágio com pré-existente condição, este centra-se em diferentes estirpes.
Ou seja, um indivíduo infectado por uma estirpe ainda poderá ter prevenido uma outra qualquer estirpe que não tenha contraido.
Concluindo, para todo o efeito o indivíduo ainda está em estado de pré-contágio para qualquer outras possíveis estirpes.

Fostter Riviera 26.09.2014 14:34

Portanto ora aqui está um bom tema e que deve ser bastante bem pensado.

Receitado ou nao com base na sexualidade nao tem lógica nenhuma e é só mais uma forma de preconceito.

Turvada tem como qualquer quimico ou medicamento efeitos secundários. Por isso deverá ser apenas receitado com testes e em casos de necessidade.
Homens que fazem sexo com homens têm os mesmos direitos de homens que fazem sexo com mulheres. O de se protegerem e de proteger outros com uso de preservativo, sem atitudes de risco e com responsabilidade sobre o seu estado de saúdo e pelo dos que escolhe para seu parceiro a longo ou curto termo.

FR
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Joao 27.10.2014 18:44

Sou negativo, mas SEMPRE que inicio uma relação e, antes de ter relações com o meu parceiro, peço sempre para fazermos o teste do HIV em conjunto. Conforme a resposta da outra parte, conforme o meu interesse na pessoa. Não tenho interesse numa pessoa que não se preocupa consigo ou que me queira ocultar algo.
Se existe um espaço como o CheckpointLX em Lisboa (desconheço se existe noutros locais, mas é possível pedir a qualquer médico de familia análises e verificar o estatuto em relação ao vírus), porque não os usar? Esse espaço é gratuito (embora seja possível fazer donativos e contribuições) e fica numa rua que toda a gente conhece porque é na área onde muitos gays saem à noite.

Porque razão é que as pessoas não se hão de testar? Porque razão é que alguém tem de legislar e dizer que eu tenho de passar a tomar químicos cujos efeitos secundários são desconhecidos se sou saudável? O ponto de discussão é absolutamente ridículo. Até porque segundo a mesma OMS/WHO, o maior grupo de risco de transmissão do HIV são mulheres heterosexuais divorciadas entre os 30 e os 40 anos de idade. Por essa ordem de ideias todos os individuos deveriam ser obrigados a tomar o dito medicamento, porque não se sabe o que pode eventualmente acontecer!
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