Órgãos de jovem falecido foram rejeitados “porque era gay” (vídeo)
A. J. Betts, um jovem de 16 anos do estado do Iowa (EUA), cometeu suicídio a cerca de um ano. O jovem sofria de bullying por ser gay, afro-americano e ter uma fissura no palato.
Meses antes da sua morte, o jovem decidiu inscrever-se como dador de órgãos e tecidos. A instituição norte-americana que tutela a área, a FDA (Food and Drug Administration), proibe que homens que tenham sexo com outros homens possam ceder órgãos ou tecidos. Contudo, alguns dos órgãos do jovem como fígado, rins, pulmões e coração foram conservados, no entanto, outros órgãos saudáveis foram rejeitados.
A mãe de Betts, Sheryl Moore, só soube das razões para que parte dos órgãos e tecidos não tenham sido aproveitados depois de receber uma carta com os detalhes da doação. A reacção da mãe de Betts foi de revolta. Segundo ela, as autoridades não podiam ter garantias de que o filho pudesse ter tido sexo com outro homem nos últimos cinco anos.
A regulamentação que impede as doações nestes casos remonta à grande expansão epidémica do VIH. Aos olhos da mãe de Betts a regulamentação deve ser revista e actualizada. “Isto é arcaico e uma idiotice que as pessoas não possam ter a vida salva com base em regulamentos com 30 anos de idade”, contestou.
Outro caso semelhante ocorreu em Pittsburg (EUA) no passado mês de Março, com um cidadão cujos órgãos foram rejeitados devido a um único critério, a sua homossexualidade. Neste caso, Rohn Neugebauer morreu de ataque cardíaco aos 48 anos. Apesar de manter uma relação com o seu parceiro há oito anos, a irmã foi informada que ele não podia ser dador de órgãos. “Dá-me realmente náuseas pensar que eles recusaram… Basicamente assumem que todos os gays têm sida ou são seropositivos. Sinto que a minha córnea e a minha pele e tecidos não são diferentes dos outros, e eles deveriam testar toda a gente imparcialmente”, declarou a familiar.
César Monteiro