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Orgulho LGBT: Seis cidades marcharam pela primeira vez este ano em Portugal

Centenas de pessoas desfilaram nas Marchas do Orgulho Lésbico, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo

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Apesar dos entraves surgidos como falta de apoio das Câmaras e de entraves policiais, "conseguimos ter um bom número de marchantes e definitivamente deixamos um impacto positivo na comunidade. Esta foi a primeira manifestação pública com o objectivo de representar positivamente a comunidade LGBTQIA+ neste concelho, o que representa uma responsabilidade acrescida.

 

Tivemos uma forte presença de pessoas jovens ainda estudantes, o que nos alegrou e orgulhou imenso. Muitos foram os agradecimentos vindos das pessoas que marcharam connosco, alguns jovens adolescentes relataram que aquele foi, até à data, o dia mais marcante das suas vidas" declarou ao dezanove.pt um dos responsáveis da comissão de organização da marcha realizada a 17 de Setembro em Esposende, no Norte do país.

"Muitos foram os agradecimentos vindos das pessoas que marcharam connosco, alguns jovens adolescentes relataram que aquele foi, até à data, o dia mais marcante das suas vidas"


Em V. N. de Famalicão, Sintra, Vizela, Esposende, Caldas da Rainha e Covilhã foi a primeira vez que as pessoas LGBTI+ saíram à rua para reivindicar os seus Direitos. No entanto, em muitas destas cidades existiram constragimentos que podiam ter impossibilitado a organização das mesmas como aponta a Marcha de Famalicão: "Nas vésperas do dia da manifestação, as ameaças de morte e ameaças de ataques violentos organizados aumentaram seja em comentários na comunicação social ou em mensagens directamente enviadas para activistas ou movimentos organizadores. No entanto, a Comissão Organizadora, teve a audácia e sensatez em manter-se firme contra a intolerância e o medo, decidimos realizar a Marcha mesmo não tendo o apoio por parte da Câmara Municipal de Famalicão ou de alguma associação, colectivo ou movimento local, para além do GAPQ."
Em Sintra estes constrangimentos também se fizeram sentir. "Ao longo da Semana LGBTQIA+ sentimos algum boicote por parte da escola onde realizámos as actividades dada a temática sendo que muitas vezes nas actividades que tínhamos planeado não aparecia ninguém à hora marcada e os membros do PrideTeens iam bater porta a porta das várias salas da escola para convidar as turmas a virem às actividades. Mais tarde viemos a perceber que isso acontecia porque a direcção da Escola não enviava a informação das actividades às várias direcções de turma e grupos de professores. Com algum esforço acabámos por ter sucesso e conseguimos atingir os objectivos propostos. De assinalar um incidente grave e intimidatório que antecedeu a marcha que decorrida a 10 de Junho. Quando saíamos da escola após uma conversa-debate sobre transexualidade e identidade de género dinamizado pela Ângela Sampaio (pessoa trans) deparámo-nos com um pseudo-outdoor à porta da escola com a mensagem: «Deixem as crianças pensarem de forma livre!». Percebemos que a autoria desse cartaz era da Juventude Popular que através disso nos tentaram intimidar, provocar e nos silenciar!"

Sobre as expectativas de adesão, todas as organizações contactadas pelo dezanove.pt afirmam que foram excedidas. Em Famalicão no dia 10 de Setembro  "tivemos entre 100 a 150 pessoas." A 10 de Outubro foi a vez de Vizela: "A I Marcha LGBTQIAP+ reuniu cerca de 80 pessoas, foi uma marcha marcada por diversas conquistas, como o hasteamento da bandeira LGBTQIAP+ pela Comissão Organizadora e pela Câmara Municipal de Vizela, num edifício camarário". Sintra refere "para uma edição teve bastante sucesso e teve uma considerável adesão. Tivemos muitas reações positivas, o que naturalmente foi muito gratificante para toda a organização. Em termos de adesão assinalamos outro objectivo concretizado que era a presença de muitos jovens de dentro e fora do concelho de Sintra".
A data de 4 de Junho fica marcada por ter sido a primeira vez que uma marcha LGBTQIAP+ se realizou na Covilhã. Cerca de quatro centenas de pessoas começaram no jardim do Goldra num percurso que terminou simbolicamente junto da Câmara Municipal. Um feito assinalável para uma primeira edição numa cidade do interior.
Num fim-de-semana marcado pelo Orgulho a nível nacional, nas Caldas da Rainha também foram centenas que marcharam de forma bem audível e pela primeira vez, sobretudo pessoas mais jovens. Foi a 26 de Junho.


Num ano em que se realizaram 23 marchas do Orgulho LGBTI+ em Portugal, estas seis cidades coloriram pela primeira vez a história LGBTI+ em Portugal. Em todas elas centenas de pessoas diversas, pioneiras e unidas no impulso de um futuro melhor e que valorize a diversidade das suas existências e o respeito que exigem agora e doravante.


Lídia Maria Araújo

Paulo Monteiro
 

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