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Os dez anos do Queer Porto: o mundo tornou-se um lugar mais hostil, mas o cinema resiste

queer porto

No ano em que completa a sua primeira década, o Queer Porto reflecte sobre as trajectórias políticas, sociais, climáticas que marcam as vidas das pessoas LGBTQI+ e os seus gestos de resistência. Para além das secções habituais, são apresentados os programas “Espaços Seguros”, “Noites no Passos” e “Autoras em Diálogo”. O festival decorre entre 8 a 12 de Outubro em vários espaços da cidade invicta.

A data redonda impõe um momento de reflexão sobre o que mudou no mundo nestes últimos dez anos. O festival propõe «um olhar complexo sobre as realidades das pessoas e comunidades LGBTQI+ nas mais diversas geografias, nos seus confrontos externos, mas também internos, no que é que significa ser-se queer, hoje, nas suas múltiplas expressões e desafios».

Resistências queer. A secção “Queer Focus” direcciona o olhar para as resistências queer em zonas de conflito, como o Kosovo, Palestina, Chipre, Ucrânia ou Hungria, geografias onde as pessoas LGBTQI+ têm sido confrontadas com situações de crescente hostilidade. O festival mostra «um cinema de urgência, com um apelo particularmente activista, nos dias de hoje, face à ascensão das extremas-direitas, aos distúrbios sociais e culturais e às invasões militares que sofrem, especificamente, as sociedades destes países, onde vidas e direitos são postos em causa».

Sessões especiais. O Queer Porto abre no dia 8 de Outubro com o filme “Onda Nova”, de José António Garcia e Ícaro Martins, um filme brasileiro de 1983 que acompanha as jogadoras do Gayvotas Futebol Clube, equipa feminina pioneira no país. O festival encerra a 12 de Outubro com o filme grego “The Summer with Carmen”, de Zacharias Mavroeidis, comédia gay em torno de relacionamentos passados que brinca com o modelo da tragédia clássica. No último dia do festival também é exibido “As Fado Bicha”, documentário da realizadora Justine Lemahieu, sobre as duas artistas e activistas portuguesas, Lila e João. 

Competição e novas secções. Vários filmes serão exibidos no âmbito das duas competições promovidas pelo festival, a “Competição Oficial” e o “Prémio Casa Comum”. Este segundo está direccionado para o novo cinema queer português, com as sessões a ter lugar na Reitoria da Universidade do Porto. O Batalha Centro de Cinema acolhe a secção “Espaços Seguros”, «um programa que é sobre a pertença e microssociedades organizadas, e também uma reflexão sobre que lugares de segurança são os que ocupamos hoje». 

Além destas duas salas, o cinema Passos Manuel faz a sua estreia no festival, recebendo a secção “Noites no Passos”, onde se exibirá «conteúdo usado e de alto impacto visual»: filmes de Bruce LaBruce, David Charles Rodrigues e Mathieu Morel. Finalmente, a secção “Autoras em Diálogo” apresenta filmes que dialogam sobre o trabalho e pensamento de mulheres como a escritora brasileira Fernanda Young, a filósofa belga Isabelle Stengers e a poeta norte-americana Adrienne Rich.

Actividades paralelas. Como é habitual, o Queer Porto inclui no seu programa outras actividades como conversas, exposições e festas. Acompanhando os filmes da secção “Autoras em Diálogo”, haverá conversas com Manuela Teles, Samuel Guimarães, Hilda de Paulo e Geanine Escobar. No âmbito da secção “Resistência Queer”, promove-se um encontro entre o político José Soeiro, a activista queer palestiniana Rita Al Salaq e a médica humanitária e activista Lokas Cruz. “Queer Spectrum”, uma exposição de fotografia da autoria de Dana Click, ficará patente na Livraria Aberta até ao final do mês de Outubro. O Bar of Soap recebe a festa de abertura, no dia 8, e o Passos Manuel a de encerramento, no dia 12.

A programação completa está já disponível no site do festival.

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Pedro Leitão