Outros orgulhos: Vigo, activismo de primeira ordem às portas de Portugal
Centenas de pessoas desfilaram no passado Sábado pelas ruas da maior cidade da Galiza sob o lema “orgulho é reivindicação”, como epílogo da “Semana cultural Orgulho LGTBI Vigo 2015”. A iniciativa esteve, mais um ano, a cargo do colectivo lésbico “Nós Mesmas” (Nós próprias), e resultou num éxito.
Importante presença portuguesa
Ponto de encontro para inúmeros Portugueses de Entre-Douro e Minho que ali rumam por lazer ou trabalho, a influência desta cidade da velha Gallaecia, irmã linguística e etnicamente de Portugal, vai para além de meras relações entre vizinhos e atinge factores tão relevantes como o activismo LGTBI.
Como cidade fronteiriça e pólo de atracção para muitas terras do Norte de Portugal, no Pride de Vigo a presença de portugueses tem sido muito forte. Destaque para a presença do Núcleo de Chaves da Amnistia Internacional, organização fortemente implicada com os direitos das pessoas LGTBI (veja-se a galeria do Núcleo de Chaves aqui: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.791177920999315.1073741867.421536574630120&type=3&pnref=story
Um marcha colorida cheia de activismo e reivindicação
O pride deste ano foi qualificado de “multitudinário” e converteu-se numa emocionante maré de bandeiras arco-íris, música, alegria e, sobretudo, muita gente jovem empenhada. Uma “batukada” animou a marcha e os altifalantes faziam escutar palavras do activismo LGTBI. Houve também actividades para as crianças. A música ao vivo durou até de madrugada, após uma semana cultural em que houve conferências, excursões, projecções de filmes de temática LGTBI, apresentações de livros (o “Lesbiar”, da reputada escritora María Xosé Queizán, por exemplo), mostras fotográficas e também exposições literárias nas bibliotecas da cidade. (veja-se a galeria de Mafia Rosa aqui: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1013259882051573.1073741829.123415007702736&type=3 e também no Facebook das organizadoras: https://www.facebook.com/asociacionnosmesmas
Vê aqui o vídeo da marcha, onde uma menção a Pedro Zerolo não foi esquecida:
Tradição na luta pelos direitos LGTBI
A cidade de Vigo, considerada como o “epicentro gay” do Noroeste ibérico, conta com uma importante tradição de reivindicação dos direitos das pessoas LGTBI. A cidade foi pioneira nas marchas do Pride ou a ver içada a bandeira do arco-íris numa Câmara Municipal. O Pride de Vigo é o único da Galiza que se organiza ininterruptamente desde há oito edições.
Um Pride fortemente reivindicativo
A principal característica do Pride de Vigo é o seu ar fortemente reivindicativo, que conserva muito vivo o espírito das marchas do orgulho como manifestações reivindicativas e activistas, sem carros alegóricos, por exemplo. Destacou-se a presença de grupos e colectivos como “Isca!” ou a já referida Amnistia Internacional, além de muitos outros. O Pride contou como o apoio de todos os grupos políticos municipais excepto do Partido Popular (Direita) e contou com a presença de destacados vereadores da Câmara Municipal, assim como históricas feministas ou activistas pelos direitos da comunidade LGTBI.
Esta semana contou contou também com o importante e visível apoio de entidades como o Museu de Arte Contemporânea, a Biblioteca Pública Municipal e de outros múltiplos espaços privados como bares e cafés.
Luís Garcés e Iván Martins
Colectivo Mafia Rosa que podes seguir aqui: https://twitter.com/gmafiarosa
Fotos: Mafia Rosa e Amnistia Internacional Núcleo de Chaves