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Pedro Dias: "Não fiquei indiferente"

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“Foi um ataque terrorista. Foi um ataque contra os homossexuais. Foi um ataque facilitado pelas leis laxistas que regulam a compra de armas de guerra.” (Clara Ferreira Alves na Pluma Caprichosa, na Revista do Expresso, de 18 de Junho).

 

Foi exactamente o que pensei quando ouvi pela primeira vez a notícia do massacre na discoteca Pulse, em Orlando.

Sabe-se hoje, que foi simplesmente um acto isolado, praticado por uma pessoa perturbada, de acordo com a opinião generalizada de psicólogos e psiquiatras.

A perturbação mental do praticante deste massacre, aparenta resultar da disfuncionalidade entre a orientação sexual com que nasceu – gay – e os valores morais, religiosos e culturais da comunidade onde estava inserido, por razões familiares - a islamita - assumida e claramente homofóbica, que terá levado ao que alguns (eu sou um deles) julgam ter sido o que os americanos designam como “police suicide”.

Dito isto, como pessoa e como sócio e gerente de uma discoteca (Trumps em Lisboa) com clientela (pessoas homossexuais) semelhante à da Pulse, não fiquei indiferente, mas não alinho no que me parece ser uma certa histeria colectiva dos que julgam ter sido um acto de homofobia, nem estou receoso que algo semelhante possa ocorrer no Trumps, ou outra discoteca especializada em segmentos sociais minoritários, seja por força da orientação sexual, etnia, ou qualquer outro.

A homofobia existe em Portugal de forma generalizada, embora politicamente incorrecta, mas tem manifestações de outra natureza, como por exemplo afirmações proferidas por comentadores idiotas de que a homossexualidade é uma doença, ou uma manifestação de rebeldia parental; a dificuldade em aprovar legislação reconhecendo a igualdade de direitos cívicos para todos os cidadãos; a discriminação na entrada em discotecas, a chacota mais ou menos velada no local de trabalho, e tantas outras, pela simples razão de se aparentar ser (de acordo com estereótipos preconceituosos) sê-lo assumidamente, ou constar que se é homossexual.

Porque a homofobia existe em Portugal de forma generalizada, existem locais de diversão nocturna cujo sucesso durante décadas se fica a dever, total ou parcialmente, ao facto de ao não discriminarem quem quer que seja em função da sua orientação sexual, se tornaram espaços de liberdade e de culto, do grupo social minoritário comummente designado LGBT, como é o caso da Pulse em Orlando ou do Trumps em Lisboa.

 

Pedro Dias, proprietário da discoteca Trumps

 

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