Pessoas LGBTQIA+ continuam a ser utilizadas como forma de “insulto”
Não parece? Mas é homofobia!
Viver numa sociedade em que, em 2023, pertencer à comunidade LGBTQIA+ continua a ser uma fonte de insulto e humor, prova que a batalha pela inclusão daqueles que possuem uma orientação sexual distinta da heterossexual está longe de ser concluída.
Um tema extremamente complexo, por tocar algo que é fundamental aos seres humanos, a própria linguagem.
No passado dia 21 de Maio, em frente ao estádio de Alvalade, poucas horas antes de um derby de futebol foi possível ver faixas com mensagens onde mais uma vez trocar insultos usando a comunidade LGBTQIA+ como “isco” se torna algo comum. A mensagem era dirigida a duas claques de um clube de futebol, escrita por outra claque rival: “NN + DV = LGBT”.
Pensar que muitos clubes têm grupos LGBT, amantes de futebol, mas os estádios ainda podem ser um lugar intimidador para eles deixa-me sempre com um sentimento de inquietação.
A violência verbal é apenas mais uma forma de violência, e expressões LGBTfóbicas continuam a ser normalizadas e usadas na sociedade.
Até quando ultrapassar os limites da liberdade de expressão?
Lembro-me perfeitamente de uma vez ouvir uma troca de insultos (em tom de brincadeira) entre dois colegas de trabalho heterossexuais, e lá veio a típica “punchline” do “és mesmo gay”, na altura, recordo-me que um deles pelo qual não nutria grande simpatia me surpreendeu bastante pela positiva, respondendo “e desde quando ser gay é considerado um insulto?”. Nunca ficamos amigos, e também nunca lhe disse, mas naquele momento ele ganhou o meu respeito.
Se incomoda, magoa ou ofende é simples: não pode, não deve, nem tem de ser dito.
Filipe Lima