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Nem na mata se encontram histórias assim

Por que tens de ver “História das Mulheres do Meu País”, de Raquel Freire

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“A Trilogia "Histórias Das Mulheres Do Meu País” é um retrato plural e multiforme das mulheres que habitam o nosso país: operárias e investigadoras, pescadoras e empregadas de limpeza, agricultoras e cuidadoras, bombeiras e bailarinas, empresárias e escritoras, estudantes e líderes comunitárias, jovens a desbravar terreno no rap ou menos jovens a fazê-lo nas questões ambientais, mulheres trans, mulheres lésbicas, mulheres com diferentes capacidades, mulheres brancas, negras, ciganas.

Mulheres. Em cada uma, uma história onde se cruzam múltiplas opressões, em cada sujeito uma singularidade que é também a síntese de múltiplas determinações sociais.” É assim que a realizadora Raquel Freire apresenta a mini série que todas as pessoas deveriam ver.

 

Destaque para Márcia Sousa, Alice Azevedo e Lara Crespo:

Márcia Sousa tem 30 anos, é natural da Madeira, neste momento vive em Loulé e é lá que exerce a sua profissão - pasteleira. Veio para o continente com apenas 16 anos. Quando jogava à bola, durante a sua infância, diziam-lhe que não podia jogar por ser rapariga. “Estava a ser posta de parte por ser rapariga”, diz. “Queriam que fosse feminina, que usasse cabelo comprido, vestidos. E como sempre fugi a isso sempre fui posta de parte pelos meus.” Durante a infância não podia ser quem queria, era sim aquilo que lhe pediam para ser. Sentiu a primeira vez a homofobia aquando uma consulta na medicina do trabalho, onde a médica em questão a aconselhou a procurar ajuda para o “problema”. Em Loulé também faz a luta feminista, da diversidade e pelos direitos LGBTI+. “Haja liberdade para sermos quem somos e para sermos quem queremos ser.”

 

Alice Azevedo, mulher trans e queer, de 22 anos, estudante de artes de espetáculo na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, conta que o seu activismo começa na fase em que percebe a sua sexualidade, quando questiona o seu género.

Para si, a lei da identidade de género por si só não vai resolver tudo, apontando como urgente a quebra de barreiras no acesso ao emprego por parte de pessoas trans. É transfeminista porque quer lutar por uma sociedade que respeite toda a gente. Alice considera ainda que “falhar neste sistema pode ser um sinal de sucesso, porque falhas num sistema que não está feito para ti, logo mostra que não vendeste os teus valores e continuas a tentar mudar o mundo todos os dias”. “Eu não sofro porque sou trans. Eu sofro é de transfobia.”

 

Na série é também feita homenagem a Lara Crespo, activista trans, que faleceu a 09 de Setembro de 2019. “A transfobia continua a estar presente na vida de uma mulher trans diariamente” diz Lara. Sublinhando que, nos dias de hoje, pelo menos, já existe a consciência de que a transfobia mata. O caso da morte de Gisberta só veio realçar a necessidade de existirem leis que protejam pessoas trans, de forma a que possam ser respeitadas e tratadas como seres humanos que são.

Realizada por Raquel Freire, "Mulheres do Meu Pais" contou com a produção da Associação Espaços e o apoio institucional da Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade.

Ainda podes assistir a toda a série gratuitamente nos próximos seis dias na RTP Play.  

 

Jéssica Vassalo