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Nem na mata se encontram histórias assim

Reflectir sobre os corpos invisibilizados em Almada

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Em Matéria Vibrante, Catarina Botelho, convida-nos a interrogar a vitalidade da matéria e as memórias ocultas dos espaços. Inspirada pela teoria de “matéria vibrante” de Jane Bennett, a exposição explora a ideia de que os materiais não são meros recipientes passivos de experiências, mas entidades activas, portadoras de histórias.

 

Há uma energia latente em tudo o que existe: uma potência que vibra, embora invisível, permeia o mundo com uma presença além da humana. Aqui, a artista toma esta noção como ponto de partida para reflectir sobre como os corpos invisibilizados, especificamente o corpo lésbico, continuam a vibrar e a inscrever-se, silenciosamente, no tecido do espaço urbano e do tempo, mesmo que remetidos para a invisibilidade. Em cada trabalho percebemos que não só os seres humanos têm agência, mas que os objectos e as substâncias, mesmo que inanimados, possuem uma espécie de “vitalidade” própria, uma influência que molda o mundo e as relações que nele se desenrolam. Um campo de força invisível que, mesmo silenciado, age sobre o mundo e nos convida a questionar as fronteiras entre o que vive e o que se julga inerte.

Com curadoria de Maribel Mendes Sobreira, para visitar na Galeria Municipal de Arte de Almada até 15 de Março de 2025.