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"Sol de Inverno" mostra consequências da inexistência de uma lei da co-adopção (com vídeos)

A morte de Nuno (interpretado pelo actor Rui Neto), companheiro de Simão (Ângelo Rodrigues), na novela "Sol de Inverno" (SIC) levou para a ficção as consequências da inexistência de uma lei de co-adopção em Portugal. Ao longo desta semana, e em especial nos episódios desta terça e quarta-feira, o fim trágico de Nuno mostra as fragilidades desta família homoparental que terá agora de ser desagregada à luz da actual lei.

O surgimento de Frederico (Fernando Nobre), o pai biológico da pequena Camila, na novela leva a um desenlace de violência física que culmina com a morte de Nuno. Este excerto do episódio pode ser visto aqui.

Mais adiante na trama é possível ver o funeral de Nuno, onde Simão se despede pela última vez com um beijo no companheiro. 

 

Reacções nas redes sociais

Ambos os protagonistas comentaram nas redes sociais o desfecho trágico de Nuno, o que gerou bastante interação com os seguidores das novelas. Na página do actor Rui Neto no Facebook era possível ler: “Só 'gosto' deste desenlace porque fica agora o problema da co-adopção e espero que, finalmente, o 'povo' entenda […] Parabéns pela interpretação”, comentou Paula Martín da Silva.

Também a SIC está a acompanhar a história produzindo conteúdos para as plataformas online. Neste vídeo, Rui Neto declara que “o objectivo destas personagens é mostrar que uma família homoparental pode adoptar e tem condições para ser como qualquer outra. Por isso faz sentido que quem adoptou – no caso, o Nuno – morra, para levantar as questões da co-adopção e percebermos que um pai como o Simão, quando o companheiro morre, não tem direito a ficar com a filha”.

Na ficção, como na realidade, a pequena Camila fica agora à mercê de uma lei que não reconhece Simão como o outro pai com quem a criança viveu nos últimos tempos. Camila terá de ficar com os avós, não tendo Simão qualquer direito de paternidade reconhecido, ficando sujeito à boa-vontade dos avós de ver a criança que ajudou a criar.

A deputada Isabel Moreira, a principal impulsionadora do projecto de lei da co-adopção, comentou de forma pública no Facebook: “Serviço Público. Parabéns ao 'Sol de Inverno'. No episódio de ontem, a ficção nacional mostrou sem rodeios a vergonha indecente do chumbo da co-adopção. Na telenovela o pai adoptante morre e o outro pai só não é pai para um Estado sem nome. Ficam as perguntas bem colocadas: com quem fica a filha que quer ficar com o, para si, pai? Com os avós em idade avançada? O pai de facto sujeita-se à humilhação de pedir (pedir!!!) a um tribunal que decida e logo se vê da sua sorte? Parabéns à ficção nacional que fez bem em colocar na voz de um protagonista o "enorme", ui, "enorme" apego que a maioria parlamentar demonstrou pelos direitos das crianças.”

O ano passado em declarações à revista TVMais os actores comentavam: "Tanto o Simão como o Nuno da trama acham que, quando as cenas referentes à adopção surgirem, vão ter problemas. Nunca tive qualquer tipo de crítica negativa, mas vai haver quando adoptarmos a menina. As pessoas são tolerantes em relação à homossexualidade; em relação à adopção é diferente”, apontaram.