Mas Évora olha os horizontes do alto do seu zimbório espelhado, povoa as casas de lembranças vivas e gloriosas e, sequiosa apenas do eterno, risonha e aconchegada, enfrenta as agressões do transitório com a força da beleza e a amplidão do espírito. Miguel Torga in Portugal
No passado sábado, dia 8 de Junho, Évora brilhou ao som das vozes de esperança e reivindicação por direitos iguais que se fizeram ouvir do Giraldo ao Jardim Público.
A capital do Alto Alentejo prepara-se para receber a segunda edição do Évora Pride, um evento importante da luta pela igualdade LGBTIQA+ . Entre os dias 3 e 9 de Junho, uma série de actividades prometem animar a cidade, com exposições, debates, concertos, sessões de cinema e muito mais.
A marcha arco-íris de Lisboa juntou cerca de 30mil pessoas, ao passo que a de Évora contou com, sensivelmente, 350 presenças, tendo sido a primeira iniciativa do género, na capital do Alentejo Central, contudo, a situação que chamou mais a nossa atenção foi a vandalização da exposição "Missiva de Amor e Ódio".
O recém constituído Colectivo Évora Queer anunciou que está a preparar uma marcha do Orgulho LGBTI+ a 16 de Junho. O ponto de encontro é às 18 horas na Praça do Giraldo.
Depois de edições em Lisboa e Braga, o Festival Política decorre em Évora entre os dias 31 de Maio e 1 de Junho. Para o Teatro Garcia de Resende, na capital alentejana, está reservado um concerto dos Fado Bicha e uma sessão de curtas-metragens LGBTI.
No próximos dias 4, 5 e 6 de Março a associação rede ex aequo irá realizar em Évora uma formação em questões LGBTI. A iniciativa formativa designa-se "3ª escola ex aequo".
Bruno Magina prossegue com o trabalho de divulgação do seu livro “A Vila das Cores”. A novidade, agora, é a participação de Elsa Serra, contadora de histórias, nas sessões de apresentação.
“Esta não é a terra prometida” é uma reflexão sobre a aceitação e a diferença, a rejeição e os silêncios, partindo de relatos de casos reais, fictícios ou deturpados de violência exercida contra uma minoria, neste caso exercida sobre as lésbicas, gays, bissexuais e pessoas transgéneras.
Sete perguntas: Como fala o cinema hoje das sexualidades? E das homossexualidades? E das transexualidades? Como são as práticas transgressoras representadas no cinema? Que papel tem o documentário na disseminação de temas e na manutenção de tabus? Que lugar têm nas práticas performativas as sexualidades? Como encaramos hoje o pornográfico, o obsceno e o erótico, sobretudo quando se cruzam com os territórios da criação artística?
Beja Diversidades é o nome do novo grupo informal nascido este Verão com o intuito ajudar à mudança das mentalidades e atitudes em relação às questões da orientação sexual, identidade de género, homofobia e violência doméstica. O projecto conta com o apoio da associação da Opus Gay e procura junto da câmara municipal local a cedência de um espaço para reuniões informativas e de apoio à população LGBT deste distrito. Mas os heterossexuais não ficam de fora, “precisamos que os heteros nos ajudem, porque esta luta é de todos” dizem os responsáveis do Beja Diversidades, que tem marcado, até ao momento, a sua actividade na internet e nas redes sociais.
A associação Opus Gay lançou esta quarta-feira no salão nobre da autarquia eborense a sua mais recente iniciativa. A partir de 18 de Janeiro o projecto Alentejo de Diversidades irá atender e acompanhar vítimas de homofobia e violência doméstica. Situado na Rua de Machede, 53 A, em Évora, este é o primeiro projecto da região que apoia vítimas de discriminação LGBT e conta com grupos de auto-ajuda e de aconselhamento constituídos por uma equipa multidisciplinar. Previstas estão igualmente acções de informação e sensibilização de técnicos e especialistas, bem como iniciativas de sensibilização para a população em geral
Em ano de conquista de direitos sem precedentes para os cidadãos LGBT em Portugal, o dezanove entrevista António Serzedelo, figura histórica do activismo LGBT, presidente da Opus Gay e autor do programa de rádio Vidas Alternativas:
dezanove: Muitos consideram António Serzedelo uma figura incontornável do activismo português. Que balanço político faz da sociedade portuguesa entre 1974, quando foi publicado na imprensa o primeiro manifesto sobre a "Liberdade para as Minorias Sexuais" 17 dias após a revolução, e 2010, quando foi convidado para almoçar com o primeiro-ministro no dia da publicação da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo?