As leis n.º 10/2022, de 6 de Setembro, para a garantia integral da liberdade sexual; e n.º 4/2023, de 28 de Fevereiro, para a igualdade real e efectiva das pessoas trans e para a garantia dos direitos das pessoas LGTBI foram dois dos projectos legislativos que mais debate público geraram (e continuam a gerar) em Espanha. Talvez isso se deva à grande relevância social dos temas abordados por estas leis (liberdade sexual e protecção dos direitos das pessoas LGTBI, em especial das pessoas trans), o que é revelador da importância de se dispor de legislação a este respeito. No entanto, é de salientar que ambas as leis têm sido objecto de múltiplas vozes críticas. Neste artigo, analisaremos brevemente as luzes e as sombras de ambos os actos legislativos.
Homens heterossexuais que foram vítimas de violência sexual podem vir a ter, ao longo da sua vida, contactos sexuais com outros homens. No entanto, essas experiências não significam necessariamente que sejam bissexuais ou homossexuais.
A Quebrar o Silêncio voltou a registar um aumento nos pedidos de ajuda e nos seis anos de existência contabilizou cerca de 600 casos de homens vítimas de abusos sexuais. A associação celebra o seu sexto aniversário hoje, 19 de Janeiro, e para assinalar a data apresenta novos dados. Em 2022, 127 homens e rapazes vítimas de abuso sexual procuraram a associação,com uma média de 10,5 novos casos por mês. Janeiro e Setembro foram os meses com a maior procura, tendo a associação registado 18 novos pedidos em cada um destes meses.
Os homens e rapazes também são vítimas de violência sexual — sobre isso não há dúvidas. Sabemos que um em cada seis homens é vítima de alguma forma de abuso sexual antes dos 18 anos. Também sabemos que o abuso não está relacionado com a orientação sexual das vítimas (ou de quem abusa). Ou seja, os homens vitimados podem ser heterossexuais, homossexuais, bissexuais ou pansexuais. No entanto, há especificidades para cada um destes grupos de homens e na Quebrar o Silêncio somos sensíveis às questões relacionadas com o abuso sexual de homens que têm sexo com homens (HSH).
A associação Quebrar o Silêncio lançou uma campanha destinada a homens que têm sexo com homens, no sentido de os ajudar a identificar situações de abuso sexual que por vezes passam despercebidas ou que não são reconhecidas enquanto tal.
Trocar nudes pode considerar-se uma forma saudável e legítima de explorar a sexualidade individual e/ou entre pessoas. Contudo, para isso, é necessário o consentimento da pessoa que expõe o seu corpo, de modo a que tais imagens não sejam usadas como objecto de chantagem, ameaça, coacção ou vingança.
Distinguida pelo dezanove.pt como Associação do Ano em 2017, a Quebar o Silêncio comemorou esta sexta-feira um ano de trabalho a dar voz aos homens vítimas de abuso sexual.
Surgida no início do ano, a associação Quebrar o Silêncio veio preencher uma lacuna no apoio a homens vítimas de violência e abuso sexual em Portugal. Entre o apoio que prestam de forma online e presencial surge agora um encontro dirigido ao grande público dias 16 e 17 de Novembro no ISCTE, em Lisboa. “O homem promotor da igualdade” pretende desafiar a masculinidade tradicional e envolver o homem na luta pelos direitos das mulheres. “O que nós propomos é uma reflexão sobre como podemos motivar mais a participação do homem para a igualdade de género” comenta Ângelo Fernandes, da direcção executiva da Quebrar o Silêncio. Um tema obrigatório nos dias que correm e para melhor compreender na entrevista que se segue.
Ângelo Fernandes tem 35 anos e acaba de fundar a Quebrar o Silêncio.
“Lembro-me de sentir uma vergonha imensa e uma culpa aterrorizante, como se fosse eu o culpado por toda a situação do abuso. E isso era horrível, era asfixiante. Havia dias que eu acordava já sufocado com isto. Houve momentos muito complicados para mim, porque por mais que dissesse, do ponto de vista racional, que não tinha culpa, o lado emotivo dizia o oposto”. Este excerto é parte de uma entrevista que Ângelo Fernandes concedeu ao dezanove.pt e que poderás ler a seguir.