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Uma Teia de Mulheres: A Comunidade e o Lesbianismo em Zami, de Audre Lorde

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Zami: Assim reescrevo o meu nome é uma obra semi-autobiográfica de Audre Lorde, poeta e figura incontornável do feminismo negro. Esta obra profundamente pessoal e sinestésica aborda temas como a descoberta da sexualidade, o racismo e a relação complexa com a mãe. Transcendendo os confinamentos dos géneros literários, a autora apelida o livro de “biomitografia” (entre o biográfico e o exercício de ficção).  

 

 

Audre Lorde - Ser mulher, negra e lésbica

 Audre Lorde

Audre Lorde (1934-1992) nasceu em Nova Iorque, filha de pais imigrantes oriundos da região do Caribe. Passou a infância em Harlem, onde experienciou o racismo ao ponto de, na rua, pessoas de pele branca lhe cuspirem por ter a pele escura. Em casa, o ambiente familiar era de grande disciplina, muitas vezes exercida através de castigos físicos. As dificuldades que a cor de pele, o peso acima do padrão e a miopia grave lhe traziam não a impediram de ser uma das melhores alunas da turma na escola. À medida que a sua irreverência foi crescendo, deixou de conseguir coabitar com a disciplina imposta pelos pais. Aos 17 anos, depois de concluir o ensino secundário, decidiu sair de casa e foi viver para Stamford. Partilhou casa e teve vários trabalhos precários para conseguir pagar as despesas, que incluíam os estudos que frequentava paralelamente na universidade.