Normatividades
Vivemos segundo um modelo social que privilegia as relações heterossexuais. Relações que estão assentem nos papéis binários de género, na monogamia e na procriação. A esse modelo chamamos modelo heteronormativo.
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Vivemos segundo um modelo social que privilegia as relações heterossexuais. Relações que estão assentem nos papéis binários de género, na monogamia e na procriação. A esse modelo chamamos modelo heteronormativo.
Meses antes, as mulheres já compraram os presentes para a família. Na véspera, providenciam os mantimentos que irão temperar e confeccionar. Quando toda a família se senta à mesa de Natal já têm horas de trabalho. À mesa, deixam arrefecer a comida no prato, enquanto alimentam os filhos, irrequietos. Anseiam que o dia termine, pois é delas a tarefa da limpeza dos despojos da festa. Os homens, depois de terem comido e conversado descontraídos, tomam o seu digestivo e dirigem os temas de conversa.
Não tenho muita necessidade de me colocar em caixas, mas há uma que me assenta como uma luva: Sapiosexual. A inteligência de uma pessoa desperta em mim um forte poder de atração. Estou por isso a passar por uma grande crush por Monique Wittig.
A sociedade patriarcal é uma sociedade que heterossexualiza homens e mulheres e que invisibiliza todas as outras possibilidades de relacionamentos afectivo-sexuais.
Como referi num artigo anterior a monogamia surgiu na época do neolítico como forma de garantir a transmissão da propriedade à linhagem masculina. Produto do patriarcado, este modelo relacional perdura como maioritário até aos nossos dias.
Quando nascemos é promovido um discurso de diferença em torno do nosso sexo biológico. Alimentado no meio familiar, profissional e jurídico pela cultura de massas, publicidade ou até pela medicina, esse discurso normaliza o que deve ser um homem ou uma mulher: quem nasce com uma vagina deverá ser obediente, ter recato e encontrar na maternidade o exponente máximo da sua realização; quem nasce com um pénis, deverá ser audaz, dominar pela força ou pela autoridade, ter mulher, filhos, e como principal foco a carreira profissional.
Desde cedo as pessoas são encaminhadas para um modelo de vida que inclua um casamento (com uma pessoa de sexo diferente) e filhos.
Acredito que não somos naturalmente monogâmicas/os. Não é por acaso que existem tantos casos de infidelidade. A necessidade de variar sexualmente é algo humano. Tanto homens como mulheres gostam de diversidade sexual.