O rumo da União Europeia (UE) está determinado para os próximos cinco anos. Os membros do Parlamento Europeu foram escolhidos nas passadas Eleições de Junho de 2024 e, subsequentemente, os altos cargos das instituições europeias foram intensamente negociados e acordados. Os votos reflectiram uma tendência confirmada na Europa, de aumento de votos em partidos não só de centro-direita, como direita conservadora e extrema-direita.
O Volt, partido pan-europeu, propõe uma abordagem unificada, federal e democrática para maximizar o potencial europeu. Nestas eleições europeias, o Volt apresenta um programa eleitoral com o subtítulo “Faz-te ouvir na Europa” centrado em três eixos principais: desenvolvimento económico, transição climática e promoção da paz. Reconhecendo os desafios enfrentados pelo projecto europeu, como guerras próximas, a crise climática e a pobreza, o partido propõe um fortalecimento da UE para uma prosperidade sustentável.
AIniciativa Liberal(IL) é umpartido político portuguêsde índoleliberal, que defende aliberalização económica,políticaecultural.Fundado em 2017, concorreu às suas primeiras eleições naseuropeias de 2019. Oespectro políticoda IL é definido como sendo dedireitaoucentro-direita. João Cotrim Figueiredo é o cabeça de lista a estas eleições europeias.
A candidatura do Movimento Alternativa Socialista (MAS) às eleições europeias de 2024 é encabeçada por Gil Garcia, um dos fundadores do partido e apresenta-se como uma candidatura contra os grandes interesses e poderes económicos instalados, com uma forte representatividade de luta sindical e uma maioria de candidatas mulheres.
Fundado em 2019, o Partido Reagir Incluir Reciclar (RIR) participa pela primeira vez nas Eleições Europeias com uma lista encabeçada por Márcia Henriques, presidente do partido desde 2022. Na lista, seguem-se Vitorino Silva, popularmente conhecido como “Tino de Rans” e fundador do partido, e Liana Reis, coordenadora regional da Madeira.
Patriótico, conservador e soberanista. Assim se caracteriza o Nova Direita (ND), presidida por Ossanda Liber, o partido político que foi aprovado pelo Tribunal Constitucional no início deste ano após ter ultrapassado três chumbos devido a irregularidades jurídicas.
O Ergue-te é o sucessor do Partido Nacional Renovador, tendo mudado para a actual designação em 2020. É o partido mais à direita do espectro político em Portugal, perfilando uma linha programática ultranacionalista, assente no revivalismo do fascismo, no isolacionismo económico e cultural e, naturalmente, em posições xenófobas, racistas, LGBTIfóbicas e misóginas. O caminho desenvolvido pela União Europeia nas últimas décadas é visto pelo Ergue-te como um retrocesso para o país. O partido vaticina o colapso do projecto europeu e defende que Portugal deve ocupar o seu lugar num continente de «nações independentes e soberanas».
O Nós, Cidadãos! é um partido político português, que se identifica como partido dos movimentos cívicos, apresentando-se como de centro a centro-direita no espectro político.
Por uma vida melhor! Pela igualdade! Pela paz, cooperação, progresso social! é o apelo comum para as eleições europeias da CDU – PCP/PEV.
Tendo como cabeça de lista às europeias o ex-líder parlamentar do PCP João Oliveira, e como números dois e três da sua lista os actuais eurodeputados Sandra Pereira e João Pimenta Lopes, a coligação entre PCP e PEV, inserida no Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia / Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL) – A Esquerda no Parlamento Europeu, faz o apelo à paz e à justiça e ao progresso social através do voto nas próximas eleições para o Parlamento Europeu.
O Partido da Terra (MPT), anteriormente designado por MPT – Partido da Terra e originalmente chamado de Movimento o Partido da Terra, é um partido português fundado em 12 de Agosto de 1993. Assume-se hoje como um partido político liberal verde, ecologista e humanista.
O Programa eleitoral do partido PAN– Pessoas, Animais e Natureza para as Europeias 2024, é desenvolvido em sete eixos principais que vão desde o ambiente, direitos humanos, a protecção animal, saúde, educação, democracia, cultura, inovação e economia verde.
A Aliança Democrática Nacional (ADN) apresenta-se às eleições europeias com Joana Amaral Dias como cabeça de lista. A candidata foi já autora de diversas manifestações de transfobia, incluindo as declarações profundamente transfóbicas contra a eleição de Marina Machete como a primeira mulher trans a vencer o concurso Miss Portugal. Destaca-se ainda a manifestação de repúdio relativamente à lei que proíbe terapias de conversão, argumentando que “não cabe ao Estado interferir” na relação entre pacientes e terapeutas.
A lista do PS às eleições europeias é liderada por Marta Temido, ministra da Saúde do governo de António Costa durante a crise da pandemia de Covid-19. Francisco Assis, no segundo lugar, já ocupou o lugar de deputado no Parlamento Europeu entre 2004 e 2009 e, novamente, entre 2014 e 2019, altura em que se apresentou como cabeça de lista do partido. Em terceiro lugar vem outro elemento do último governo PS: Ana Catarina Mendes, ex-ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares.
No Parlamento Europeu, o Chega está integrado no grupo político Identidade e Democracia (ID), que integra partidos como a Lega italiana de Matteo Salvini ou a Rassemblement national de Marine Le Pen. Até recentemente também a AfD, partido de extrema direita alemão, fazia parte deste grupo, mas foi expulso na sequência de declarações do seu cabeça de lista a estas eleições, afirmando que nem todos os membros das SS Nazis eram criminosos. André Ventura disse não se rever nestas declarações, afirmando que deste episódio pode até resultar uma aproximação entre ID e Conservadores, outro grupo da direita radical no Parlamento Europeu onde, por exemplo, se encontra o Vox espanhol.
Uma retrospectiva do estado da condição das mulheres na UE antes das Eleições Europeias
Um artigo da Bloomberg publicado no mês de Maio revelou que, actualmente, a Irlanda e o Luxemburgo não têm nenhuma mulher em cargos de direcção de empresas, e apenas 8% dos directores das maiores empresas da União Europeia, em 2023, eram mulheres. Já a nível nacional, um artigo do Diário de Notícias de Março informa que as mulheres ocupam menos de um terço dos cargos de gestão e liderança nas empresas em Portugal, acrescendo que "a presença feminina nas empresas diminui à medida que a responsabilidade dos cargos aumenta". De apontar que, segundo os dados mais recentes (Pordata), em 2022, as mulheres representavam 52,3% da população residente em Portugal.
Foi aprovado no passado dia 11 de Maio o programa do LIVRE para as Europeias 2024, que tem como lema “Por uma Europa unida e LIVRE”. Nas suas páginas, é possível encontrar 18 grandes eixos, tais como a migração e asilo, a habitação, a igualdade e justiça social, entre outros.
A candidatura da AD ao Parlamento Europeu é formada, à semelhança das últimas legislativas, por três partidos: PSD, CDS e PPM. Os dois primeiros filiam-se, a nível europeu, no grupo do PPE – Partido Popular Europeu, enquanto o PPM (que nunca elegeu um eurodeputado – nem o fará, previsivelmente, desta vez) pertence ao Movimento Político Cristão Europeu. Nas últimas eleições europeias em 2019, o PSD elegeu cinco eurodeputados – numa lista encabeçada por Paulo Rangel – e o CDS apenas um, o actual ministro da Defesa, Nuno Melo.
No passado dia 29 de Abril o Bloco de Esquerda apresentou ao Tribunal Constitucional o manifesto eleitoral e lista de efetivos do partido a concorrer às eleições europeias de 9 de Junho. Com o lema “Europa por ti: Por uma Europa ecológica, justa, solidária, feminista, aberta ao mundo e de Paz”, a cabeça de lista do partido, Catarina Martins, antiga coordenadora nacional do partido, defende o manifesto eleitoral do Bloco de Esquerda e a importância da disputa nas eleições europeias “uma disputa por democracia, por Estado Social, por responder aos grandes desafios do nosso tempo, do clima, da paz, das condições concretas, da vida das pessoas, desta ideia de comunidade que nos pode permitir a todos um futuro melhor", em entrevista para o site Esquerda.net.