“Ano de 1884. Elisa está a preparar-se para ser professora na Escola Normal da Corunha, e aí conhece Marcela. O que começa como uma grande amizade transforma-se numa paixão sem limites que levará as duas jovens a desafiar todas as normas sociais. Não é a história de um “casamento sem homem”, como a imprensa da época o descreveu, mas uma história de amor e liberdade para além das fronteiras e das convenções.” - Xulia Vicente, Elisa e Marcela (La Cupula, 2023)
A citação do título é do Jornal de Notícias, o periódico que mais atentamente acompanhou o caso das duas espanholas unidas no célebre “casamento sem homem”, em 1901. Recentemente, foi descoberto no Arquivo Distrital do Porto o documento que comprova o nascimento de Maria Henriqueta, filha de «pai incógnito», mas, afinal, do amor de Elisa e Marcela.
Na manhã do dia 8 de Junho de 1901, Mario e Marcela casavam-se na igreja de San Jorge na cidade galega da Corunha. A boda foi testemunhada apenas por um punhado de vizinhos e familiares. Após a cerimónia religiosa, o casal dirigiu-se a uma casa de fotografia para que aquele momento feliz ficasse registado em imagem.