Ah, o Mês do Orgulho. O mês mais colorido do ano – em teoria.
Na prática, nem sempre me é fácil ver para além dos tons acinzentados, face à rota distópica em que nos encontramos. Entre a ascensão da extrema-direita na Europa, um genocídio a acontecer na Palestina com impunidade para Israel, e uma notícia nova todos os dias sobre como estamos a tornar o planeta cada vez mais inabitável, quase que me esqueço quais são as cores do arco-íris.
No passado Sábado, por ocasião da apresentação do livro "O avô Rui, o senhor do Café" em homenagem a Rui Nabeiro, na Fnac do NorteShopping, a escritora Mariana Jones foi alvo de intimidação e ameaças por parte de elementos do grupo de extrema-direita "Habeas Corpus", relacionadas com outro livro da sua autoria "O Pedro gosta do Afonso". Encabeçadas pelo seu líder, o ex-juiz negacionista Rui Fonseca e Castro (recorde-se, foi expulso da sua actividade pelo Conselho Superior da Magistratura, por incentivar nas redes sociais, nessa qualidade de juiz, entre outros, à violação das regras sanitárias relativas à pandemia da covid-19), estas pessoas interromperam a sessão, assediando a escritora, chamando-a de "promotora da homossexualidade infantil e pedofilia".
No Parlamento Europeu, o Chega está integrado no grupo político Identidade e Democracia (ID), que integra partidos como a Lega italiana de Matteo Salvini ou a Rassemblement national de Marine Le Pen. Até recentemente também a AfD, partido de extrema direita alemão, fazia parte deste grupo, mas foi expulso na sequência de declarações do seu cabeça de lista a estas eleições, afirmando que nem todos os membros das SS Nazis eram criminosos. André Ventura disse não se rever nestas declarações, afirmando que deste episódio pode até resultar uma aproximação entre ID e Conservadores, outro grupo da direita radical no Parlamento Europeu onde, por exemplo, se encontra o Vox espanhol.
Uma retrospectiva do estado da condição das mulheres na UE antes das Eleições Europeias
Um artigo da Bloomberg publicado no mês de Maio revelou que, actualmente, a Irlanda e o Luxemburgo não têm nenhuma mulher em cargos de direcção de empresas, e apenas 8% dos directores das maiores empresas da União Europeia, em 2023, eram mulheres. Já a nível nacional, um artigo do Diário de Notícias de Março informa que as mulheres ocupam menos de um terço dos cargos de gestão e liderança nas empresas em Portugal, acrescendo que "a presença feminina nas empresas diminui à medida que a responsabilidade dos cargos aumenta". De apontar que, segundo os dados mais recentes (Pordata), em 2022, as mulheres representavam 52,3% da população residente em Portugal.
Quatro elementos da Associação Habeas Corpus interromperam uma sessão em Cabeceiras de Basto, distrito de Braga, dedicada ao tema “Luta contra a discriminação da comunidade LGBTI+ – Diversidade, género e orientação sexual”. A GNR foi chamada a intervir no local.
A noite eleitoral de Domingo foi uma montanha russa e de muita indefinição. As projecções iniciais da Universidade Católica para a RTP davam a vitória à AD e a Luís Montenegro, com uma margem mínima de distância para o PS, liderado por Pedro Nuno Santos. Ao longo da noite o escrutínio dos votos mostrou que resultados finais, só mesmo depois da contabilização dos votos dos Portugueses pelo círculos da Europa e de Fora da Europa. Algo que poderá demorar entre uma a duas semanas.
"Dar de beber à desventura" é uma canção de protesto em relação ao avanço das estratégias e retóricas de extrema-direita e ao seu protagonista actual em Portugal.
A noite começou com o PP a cantar vitória após serem divulgadas as primeiras sondagens e se perspectivar uma possível maioria absoluta para o bloco de direita. Mas a contagem dos votos não veio confirmar essas expectativas e a comunidade LGBTI+ espanhola pôde dormir descansada: não acordariam no dia seguinte com Santiago Abascal, do Vox, como vice-presidente do governo.
Nascida em Roma em 1977, Meloni é a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra de Itália. E, em 2008, num governo de Sílvio Berlusconi, foi a Ministra da Juventude mais jovem da República Italiana. Mas isso não são necessariamente boas novas.
Britânico, gay, banido do Twitter, de extrema-direita e fervoroso apoiante de Donald Trump. Milo Yiannopoulos voltou para a ribalta noticiosa depois de centenas de estudantes terem impedido, esta quarta-feira, que realizasse uma conferência na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Houve ainda confrontos com a polícia.
No sábado passado, 21 de Maio, decorreu no centro de Madrid uma manifestação de um grupo auto denominado neonazi e neofascista. Marcaram presença mais de um milhar de pessoas vindas de toda a Espanha. No final da manifestação, no ponto de encontro, dois rapazes deram um caloroso beijo na boca, desafiando os manifestantes que não se coibiram de os insultar.
Desde que, há alguns meses, se iniciou na comunicação social, nos meios políticos e na sociedade em geral o debate sobre o casamento para todos (o casamento gay) e a adopção, verificou-se um paradoxo. Por um lado, 63 por cento dos franceses são favoráveis a esta reforma histórica. Por outro, foi claramente libertado o "discurso homofóbico", tanto na televisão como no resto da sociedade. Associações como "SOS Homophobie" ou "Le Refuge" (que acolhe jovens gays expulsos pelos pais) anunciaram que o número dos pedidos de ajuda foi multiplicado por quatro.