Foi-me difícil retomar a escrita. Provavelmente não deveria ter parado de forma tão abrupta como parei (com a excepção do meu diário que, a seu tempo, partilharei de forma altamente editada), uma vez que isso torna a retoma muito mais complicada, mas não deu. Os meses que separam esta e a última crónica foram marcados por uma lesão desportiva mal curada; uma situação de aproveitamento emocional e objectificação por parte de mais um narcisista, uma completa deterioração da minha situação de habitação partilhada e consequente procura de um sítio novo para viver neste ambiente que todos conhecemos tão bem; e, finalmente e com toda a certeza bem embrulhadinha neste lamaçal todo, uma depressão clínica.
A canção da Joni Mitchell que serve de título a esta crónica, é muito provavelmente, uma das canções mais bonitas alguma vez escritas por alguém. É uma celebração daquela maturidade agridoce que vem com o envelhecer e da capacidade de olhar para as coisas com outros olhos ou de ver ambos os lados de uma mesma moeda.
Em jeito de sequela a uma das crónicas anteriores, e também porque este tópico têm surgido em conversa com várias pessoas, esta semana queria debruçar-me um bocadinho sobre o tema da erosão emocional acerca do qual comecei a falar anteriormente e também sobre os motivos pelos quais eu acho que é um conceito muito diferente de “cansaço emocional”.
Esta crónica começou a ser escrita ao som da música mais lamechas que consegui lembrar-me: a banda sonora do Titanic. Não por nenhum motivo específico mas apenas para descobrir se a sobreposição de pífaros, vozes sintetizadas e violinos a tocar o refrão do My Heart Will Go On ad-nauseam ajudaria com o writer’s block do qual já venho padecendo há algum tempo.
Os últimos meses têm sido estranhos. Parece que sem saber muito bem como, fiquei encalhado no ditado popular “sorte ao jogo, azar no amor”, sendo que no meu caso é mais “sucesso no trabalho, azar no amor”.
Como esta é a crónica número 19, achei que esta semana era a ocasião ideal para celebrar o primeiro aniversário da minha primeira desilusão depois de ter ficado solteiro.