António João doutorou-se pela Nova FCSH em História Contemporânea com o tema "A Criminalização das Práticas Homossexuais ao tempo do Estado Novo: poderes, saberes e experiência". Tem já diversas publicações sobre a homossexualidade e a sua história em Portugal, como "A Patologização dos 'leprosos do sexo' durante o Estado Novo e a sua herança: um estudo sobre a homossexualidade masculina", "Novas Perspetivas Sobre a Medicalização da Vida e Vigiar, punir e regenerar: as vulnerabilidades do corpo homossexual durante o Estado Novo".
Foto de Martins Sarmento, c. de 1875. Arquivo da Sociedade Martins Sarmento
A temática da sexualidade é muito recorrente em inúmeras formas de expressão artísticas e culturais da Humanidade, desde os tempos muito antigos. Riane Eisler, no seu livro O prazer sagrado: Sexo, mito e política do corpo (Rio de Janeiro, Ed. Rocco, 1996), e Peter Stearns, no seu livro História da Sexualidade (São Paulo, Ed. Contexto, 2010), lembram que a arte primitiva tinha um forte conteúdo sexual. As suas ideias sobre a sexualidade do passado contribuem para entendermos e ou explicarmos a do presente, até porque não há reprodução sem sexo, e tal como hoje, os homens da pré-História também não utilizariam o sexo apenas para a reprodução.
Sabe-se, que o arco-íris, consiste num fenômeno óptico, toda pessoa tem uma vista particular das cores, idem um filme pelo telão do cinema, no caso o novo documentário do cineasta e jornalista Lufe Steffen de nomeUma Breve História da Impressa LGBT+ no Brasil (2024). Do meio da comunidade, conhecida inicialmente gay, o símbolo do arco-íris popularizou na cidade de São Francisco, entre as libertações que ocorriam nos Estados Unidos do século passado, influenciando solos tropicais – o grupo mundial em estrutura precisava de uma bandeira, um símbolo, que trouxesse e associasse ao orgulho, ao invés de apenas dores.
Muitos de nós já assistimos ao filme “A Rapariga Dinamarquesa" (2015, Tom Hooper), mas como podemos conhecer a história de Lili Elbe de uma forma mais profunda e real?
São Sebastião. Jan van Scorel, 1542, óleo sobre tela. Museu Boijmans Van Beuningen (Roterdão, Holanda)
A imagem do mártir São Sebastião é das que mais existem nas igrejas portuguesa, em pinturas e em esculturas, e em algumas vilas e aldeias portuguesas há mesmo festas em honra do mártir São Sebastião. Dentro das igrejas está representado como santo, mas pouca gente sabe que ele é o padroeiro dos gays. Isso não significa que ele fosse gay, provavelmente não o era, mas os gays fizeram dele o seu padroeiro.
Ao contrário da narrativa que muitos governos e autoridades africanas tentam promover, África está repleta de exemplos [pré-coloniais] de identidades de género diferentes, de aceitação da homossexualidade e de fluidez dentro do espectro que é a sexualidade humana.
A opressão contra pessoas LGBT+ tem vindo a diminuir bastante nas últimas décadas, mas tem ressurgido um contramovimento que pretende silenciar as minorias sexuais e de género. É neste contexto que é de suprema importância aprender sobre a opressão e violência praticada, nomeadamente em sociedades nas quais a homossexualidade e variações de género eram aceites. As grandes potências ocidentais cristãs e colonizadoras oprimiram com bastante violência todas as manifestações de sexualidade e género no Novo Mundo (Américas).
Eu“Outlasting – Living Archives of Older Queers” é um documentário produzido pelo projecto TRACE – Tracing Queer Citizenship over Time: Ageing, ageism and age-related LGBTI+ politics in Europe.
Hoje chamamos-lhes queer. A História já lhes chamou coisas piores. Mas uma coisa é certa: sempre cá estiveram. 7 histórias, 7 pessoas que desafiaram o seu tempo e viveram a sua sexualidade de forma radical. "Radicais: Queers que fizeram História" é um podcast da série Sapiens produzido pela Bruá Podcasts narrado por Luís Moreira e que podes encontrar em todas as plataformas de podcasts e em bruapodcasts.com
James N. Green é um exemplo notável de como o activismo pode impulsionar a produção académica e enriquecer a historiografia. A sua abordagem reflete uma tendência na academia norte-americana, onde o compromisso com causas sociais e políticas não apenas molda a investigação, mas também redefine o papel do historiador na criação do conhecimento.
O GTH (Grupo de Trabalho Homossexual) nasceu em 1991 no seio do PSR (Partido Social Revolucionário) e assumia-se como um "grupo lésbico, gay, bissexual e transgender de esquerda, de orientações sexuais e identidades de género diversas que pensava e agia contra o machismo, a homofobia e a discriminação das minorias sexuais". O GTH cessou em 2003, sendo até esse ano um dos mais activos e percursores grupos activistas de defesa das pessoas LGBTI+ em Portugal.
Incluir pessoas LGBT na história envolve conhecer a sua biografia e a sua contribuição para a igualdade de género e visibilidade das minorias. Por esta razão, considero importante celebrar o aniversário de Ruth Charlotte Ellis: mulher abertamente lésbica, afro-americana que teve uma vida longa no contexto em que viveu.
“A história da homossexualidade é a história de tudo quanto foi infligido às pessoas homossexuais a pretexto de o serem, mas é, no mesmo pé, a história de todas as formas pelas quais elas reagiram e se defenderam, construindo e reconstruindo contra-identidades de resistência.”
Elisa Sánchez Loriga nasceu em 1880 em La Coruña, na região da Galiza, noroeste de Espanha. Marcela Gracia Ibeas nasceu em 1886 em Verín, uma cidade na província de Ourense, também na Galiza.
O livro Homossexualidade e Resistência no Estado Novo marca o panorama literário e historiográfico ao trazer à luz do dia uma temática ainda muito negligenciada: a história da comunidade LGBTQIA+ em Portugal.
Sem História, não há memória. Foi este o mote que motivou a Exposição “Recorda, Conta, Celebra – Mês da História LGBTQI+” que, pelo segundo ano consecutivo, ocupa o espaço da Biblioteca Norte | Sul do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra durante todo o mês de Fevereiro.
Sem o 25 de Abril de 1974 não teria existido associativismo LGBTIQA+ em Portugal, mas este não encontrou de imediato as condições indispensáveis à sua implantação na sociedade portuguesa. A questão era demasiado “fracturante”, tanto para as direitas políticas extremamente conservadoras, como para a cultura revolucionária radicalizada predominantemente antifascista e anti-capitalista que tendia a desqualificar como burguesa e decadente a subcultura gay e lésbica que prosperava, por outro lado, muito ligada ao circuito de bares e aos espectáculos de transformismo.
José Soares e Keith Mason abriram o bar 106, no número 106 da rua de São Marçal, há 33 anos. Em entrevista ao dezanove.pt, José Soares conta as “estórias” da História de um bar que acompanhou a emancipação da cultura LGBTQIA+ de Lisboa.
A visita percorre as ruas do Bairro Alto e do Príncipe Real, que servem de cenário a vários episódios e personagens LGBTQ da história da cidade de Lisboa. A experiência revela aos participantes um pouco deste passado escondido da capital.