Em 16 de Setembro de 2022, MahsaAmini, uma jovem estudante iraniana, foi detida e espancada até à morte pela polícia religiosa em Teerão. O seu único crime foi não usar o lenço imposto às mulheres pela República Islâmica. O destino desta mulher de 22 anos desencadeou uma onda de protestos sem precedentes que rapidamente se espalhou por todo o país.
Na segunda-feira jogaram, e venceram, os meus dois países. Luso-brasileiros em todo o mundo passaram por momentos de grande ansiedade, mas como eu não ligo muito a futebol, limitei-me a celebrar com um emoji sorridente quando alguém me notificou por mensagem os resultados.
Foi um dia cheio de emoções para Lorenzo e Pedro. Acordaram com a porta de casa grafitada, foram entrevistados por Manuel Luís Goucha na TVI e ainda divulgaram um novo vídeo sobre o ódio nos comentários online. E o vídeo da experiência social protagonizada por ambos foi publicada por um site ucraniano.
Hoje precisamos de partilhar o que está dentro de nós. É triste, é real e tem de mudar.
Há uns escassos dias (17 de Julho de 2015) um adolescente gay com 14 anos de idade, Akbar Zargarzadeh, foi enforcado numa árvore num acampamento de Verão para rapazes islâmicos, no Irão. As autoridades informaram que o adolescente era "digno de morte por ser gay".
Parece uma história onde todas as probabilidades de desfecho estavam no lado oposto. Mas a história tornou-se realidade. Sahar Mosleh e Maryam Iranfar casaram-se na capital da Suécia, em Estocolmo. Ambas foram forçadas a fugir do Irão de onde são oriundas e onde os homossexuais são condenados à pena de morte.
Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irão, afirmou esta terça-feira, durante uma entrevista concedida ao canal norte-americano CNN, que a defesa da homossexualidade é uma preocupação consignada aos países capitalistas. "Este tipo de apoio à homossexualidade está apenas ancorado no pensamento dos capitalistas”, referiu Ahmadinejad.
As Nações Unidas retiraram a referência à orientação sexual presente na resolução que condena as execuções arbitrárias e injustificadas.
A resolução geral da Assembleia das Nações Unidas, que é revista a cada dois anos, continha uma referência à oposição da execução de pessoas LGBT na versão de 2008, no entanto, a versão deste ano foi aprovada sem nenhuma referência à orientação sexual depois de um grupo, maioritariamente constituído por países africanos e asiáticos, encabeçado por Marrocos e Mali, votarem a favor da sua remoção.
Grupos defensores dos direitos das pessoas gays e lésbicas estão apreensivos pois temem que este acto – que passou com uma pequena diferença de 79 contra 70 votos – seja interpretado como um sinal de que é internacionalmente aceitável perseguir pessoas pela sua orientação sexual.
Cary Alan Johnson da Comissão Internacional para os Direitos de Homossexuais e Lésbicas declarou que “esta votação é um desenvolvimento perturbante e perigoso, pois basicamente retira o reconhecimento da vulnerabilidade a que está sujeita a comunidade LGBT. Este reconhecimento é crucial principalmente se tivermos em conta que 76 países do mundo criminalizam a homossexualidade, cinco consideram que é um crime capital e outros países como o Uganda estão a considerar adicionar a pena de morte às leis que criminalizam a homossexualidade.”
No ano passado no Uganda um projecto de lei pretendia penalizar com a pena de morte actos de sexo homossexual ou gays com VIH. Apesar de arquivado após protestos internacionais, o principal apoiante deste projecto manifestou que deseja aprová-lo em breve.
O Uganda foi um dos 79 países que votou a favor da remoção da referência à orientação sexual da resolução das Nações Unidas. Entre outros países contam-se também o Afeganistão, China, Cuba, Coreia do Norte, Irão, Iraque, Paquistão e a Arábia Saudita. A maioria dos países ocidentais votou a favor de manter a referência à orientação sexual no texto.
Peter Tatchell, activista britânico pelos direitos LGBT, afirmou que esta resolução “dá luz verde ao massacre de pessoas LGBT por regimes homofóbicos e esquadrões da morte. Essas pessoas vão buscar justificação para as suas acções no facto que as Nações Unidas não sancionam a protecção das pessoas LGBT contra violência e assassínio motivados pelo ódio.” E continuou, acrescentando que “ o voto das Nações Unidas é uma provocação à Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual garante o tratamento igual, não-discriminatório e o direito à vida. Qual é então o objectivo das Nações Unidas se se recusa a assegurar os seus próprios valores humanitários?”
Várias dezenas de pessoas assistiram esta tarde no Largo Camões à leitura do manifesto contra a pena de morte. O manifesto foi lido pela actriz e activista Joana Manuel. Lisboa juntou-se assim às várias cidades do planeta em que se assinala hoje, pela oitava vez, o Dia Mundial Contra a Pena de Morte.
Em comunicado os organizadores informam que "em 2009, segundo números da Amnistia Internacional, os países onde foram executadas mais penas de morte foram a China (números desconhecidos estimados em milhares), o Irão (388), Iraque (120), a Arábia Saudita (69) e os EUA (52)." Este ano o foco desta efeméride insta os EUA a seguir os passos dos 54 países, entre os quais Canadá, a Turquia ou a Bósnia-Herzgovina, que aboliram a pena capital em 1990.
A homossexualidade é criminalizada com a pena de morte, em países como a Arábia Saudita, Mauritânia, Irão, Iêmen, Somália e Sudão.
Portugal foi um dos primeiros Estados do mundo a abolir a pena capital: em 1852, para os crimes políticos; em 1867, para os crimes civis; e em 1911, para os crimes militares. Em 1916, a pena foi reintroduzida para casos de traição em tempo de guerra, uma excepção que só foi definitivamente abolida em 1976.
Para além da pena capital, os colectivos organizadores do evento pretendem chamar igualmente a atenção para os milhões de pessoas em todo o mundo que não recebem por parte dos seus Estados garantias para condições de vida dignas, como por exemplo as pessoas não documentadas, sem-abrigo, trabalhadores precários, jovens LGBT vítimas de suicídio, intersexos forçados a operações sem consentimento ou as pessoas transexuais.
A iniciativa partiu dos colectivos ATTAC Portugal, Colectivo Mumia Abua-Jamal, Comité de Solidariedade com a Palestina, FERVE, Não Te Prives, Panteras Rosa, Pobreza Zero, Precários Inflexíveis, Solidariedade Imigrante e SOS Racismo.