É uma das marchas reivindicativas portuguesas com mais organizações presentes. Nem todas estas associações e colectivos dirigem o seu trabalho primordial junto de pessoas LGBTI, mas são unânimes na luta contra a discriminação e na defesa da igualdade. A marcha mais colorida da capital do país contou este ano com 21 organizações e ainda um colectivo recente que levou uma das maiores ovações da tarde: Colectivo de Mulheres Negras Lésbicas de Lisboa - Zanele Muholi (artigo em construção).
Todos os anos a mesma coisa, no mesmo sítio, e um calor imenso ainda por cima! Refiro-me à concentração para a Marcha do OrgulhoLGBT de Lisboa, no Jardim do Príncipe Real. Se fosse um convívio no parque, com música baixinha para não incomodar ninguém, vá que não vá… Porque se queremos respeito, não podemos fazer muito barulho. Temos de estar de cabeça baixa, e caladinhas, para que não incomodemos. Às vezes nem é preciso pedir tanto, afinal de contas “respeito” é algo já forte… No mínimo, queremos ser toleradas, vá. Certo? Mesmo que não nos possamos expressar como somos, mesmo que só nos tolerem se nos reprimirmos e existirmos nos moldes deles, nunca nos nossos.
Este Sábado à tarde, depois de percorrerem Lisboa entre o Príncipe Real e o Terreiro do Paço, os grupos e associações de defesa dos direitos das pessoas LGBT explicaram o que defendem na principal praça da capital. A Marcha do Orgulho LGBT saiu pela 16ª vez à rua e foi na rua que as palavras de ordem se fizeram ouvir e os discursos foram aplaudidos.
Um caso bicudo, este, para os movimentos LGBT portugueses e para o micro-universo activista do País: uma activista com prominência no meio acusada por duas ex-namoradas de violência física e psicológica está a obrigar as organizações a tomar decisões: remover a pessoa em questão do meio activista sem apelo nem agravo ou guardar o silêncio até que a justiça se pronuncie, mantendo-a “em funções” apesar das acusações que lhe são imputadas?
Sérgio Vitorino, activista LGBT e fundador do colectivo Panteras Rosa, é o primeiro protagonista do Arquivo Queer, do grupo Lóbula. Trata-se de um projecto videográfico de testemunhos queer e trans sobre a vida LGBT contemporânea em Portugal, promovido por este colectivo de intervenção artística e cultural de linha trans, queer e feminista. O primeiro vídeo foi colocado online na plataforma Vimeo.