Esta crónica começou a ser escrita ao som da música mais lamechas que consegui lembrar-me: a banda sonora do Titanic. Não por nenhum motivo específico mas apenas para descobrir se a sobreposição de pífaros, vozes sintetizadas e violinos a tocar o refrão do My Heart Will Go On ad-nauseam ajudaria com o writer’s block do qual já venho padecendo há algum tempo.
Há uns meses, nos comentários, o muy-estimado leitor Lobo Malhado disse uma coisa que me ficou na cabeça. Era algo acerca de receber a resposta “não temos muito em comum mas serves para amigo”, após a qual se seguia normalmente a outra pessoa começar a “andar” com alguém com quem ainda tinha menos em comum.
Nasceu em 1977 em Bremen, na Alemanha, e é filho de portugueses. Cresceu a ouvir fado e andou sete anos num rancho folclórico local que o ajudou a descobrir o talento para a dança. No entanto, o seu objectivo era aparecer na MTV e, já se sabe, através do rancho seria missão impossível. Começa a dançar em discotecas e a dar nas vistas. Surgem convites para animar espaços nocturnos na Alemanha, Holanda e Bélgica. Um produtor convida-o a gravar uma versão da música La Bamba que, além de o levar a vários canais de televisão europeus, chega a número um na Rússia no top dos singles mais vendidos. Depois de uma série de workshops e cursos de dança consegue acompanhar algumas das principais estrelas pop do mundo, como Mariah Carey, Kylie Minogue e Geri Heliwell.