Os Excesso estão de volta (e as memórias de bullying também)
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Hoje quero falar-vos do dia em que morri. Foi em meados de maio de 2013, altura em que atingi os 30 anos de idade. De um momento para o outro, sem qualquer aviso prévio, deixei de ser popular no Grindr ou noutras aplicações do género.
Em tempos de coronavírus, muitas das minhas actividades foram adiadas ou canceladas. Com muito mais tempo livre do que o habitual, acabei por ficar mais em casa e tenho passado mais tempo a ver programas de TV, como, por exemplo, o Big Brother, que já não me interessava desde a primeira edição.
O Amsterdam Pride é um festival gay realizado anualmente em Amesterdão durante o primeiro fim-de-semana de Agosto. O festival atrai centenas de milhares de visitantes todos os anos e é, sem dúvida, um dos maiores eventos anuais dos Países Baixos.
Países Baixos. 25 de Julho. Mais de 40 graus. Este fica registado como o dia mais quente na história dos Países Baixos. E isto a apenas uns dias do início da semana do Pride Amsterdam, o maior evento gay dos Países Baixos e um dos maiores do mundo.
Envolvida principalmente em fotografia narrativa e documental, Susan Leurs é uma fotógrafa autodidacta holandesa. Enquanto criança, Susan foi vítima de bullying. Quando, anos mais tarde, começou a trabalhar na área da educação, tornou-se evidente para ela que o bullying continua a ser um problema muito sério. Por essa razão, decidiu fazer algo em relação a isso.
As últimas décadas redefiniram o que significa ser mulher em Portugal. As mulheres de hoje podem ser o que quiserem e fazer o que bem lhes apetecer. Ser mulher nos dias de hoje é ser beneficiária de décadas de conversas sobre as complexidades da feminilidade nas suas muitas formas e expressões. No entanto, parece-me que os homens foram deixados para trás. Nenhum movimento proporcional emergiu para ajudar-nos a navegar para uma expressão plena do nosso género.
Tenho 35 anos (quantos anos é isso em anos gay?) e continuo solteiro. A maioria das pessoas da minha idade já encontrou um parceiro de longa data, um marido ou uma esposa. Muitos já têm filhos. À medida que os anos passam, torna-se cada vez mais difícil evitar perguntas do género: quando é que casas? Como é possível ainda não teres encontrado alguém? Não sentes vontade de ter filhos? Inúmeras vezes usei desculpas como: estou demasiado ocupado com a minha carreira, por isso não tenho tempo para namorar; antes de assentar, quero viajar e conhecer o mundo; etc.
Desde muito jovem, percebi que, ao contrário dos meus colegas de escola, me sentia mais atraído por rapazes do que por meninas. Tendo crescido numa pequena aldeia em Portugal há cerca de 30 anos, eu não fazia a menor ideia do que fazer com esses sentimentos. A homossexualidade simplesmente não era mencionada nem em casa nem na escola. As raras vezes em que me lembro de ter ouvido falar sobre o tema, foi de uma forma negativa, o que me fez sentir como se algo estivesse errado comigo. Por este motivo, tentei esconder esses sentimentos e até mudá-los a todo o custo, ainda que sem sucesso.
Em Janeiro deste ano, fui seleccionado como finalista da 1ª edição do Mister Senior Netherlands - um concurso de beleza/personalidade nos Países Baixos. O que torna este concurso tão especial é o facto de, pela primeira vez, se criar um concurso deste género para homens acima dos 30 anos e sem qualquer limite de idade. Pessoalmente, nunca me considerei especialmente bonito, mas acreditei que, com a minha experiência de vida, poderia adicionar algo ao concurso. Para minha satisfação, o júri responsável pela selecção dos finalistas viu algo em mim e deu-me uma oportunidade.
Aqueles que não conhecem os desafios da vida tiveram uma vida privilegiada, ou então conseguiram superar os desafios intrínsecos a este mundo. Nascido e criado numa pequena aldeia de Penafiel em extrema pobreza, lembro-me de todos os momentos incríveis, mas ao mesmo tempo não consigo esquecer todos os desafios na busca da minha felicidade. Não me interpretem mal: esta é uma história de sucesso! Podem esperar uma história honesta, verdadeira, sentida e – espero! – inspiradora.